Cientistas identificam origem da maior explosão cósmica desde o Big Bang
Uma explosão de raios gama apelidada de BOAT (sigla em inglês para 'mais brilhante de todos os tempos') vista em 2022 pelo telescópio James Webb teve sua provável origem rastreada por cientistas. Ela teria vindo do colapso de uma estrela gigante, que se transformou em uma grande supernova.
A pesquisa foi publicada nesta sexta-feira (12) na revista Nature Astronomy.
Por que isso importa
A BOAT, possivelmente a maior explosão cósmica desde o Big Bang, foi detectada por telescópios em órbita e em solo no dia 9 de outubro de 2022. Ela ocorreu na constelação de Sagitta, a 2,4 bilhões de anos-luz de distância da Terra.
Cientistas rastrearam sua origem até uma grande supernova, porém a investigação revela mais um mistério: supernovas como esta têm por trás elementos pesados como platina e o ouro, porém neste caso foram encontrados apenas oxigênio e cálcio.
Como foi a pesquisa
Quando confirmamos que a explosão de raios gama (GRB) foi gerada pelo colapso de uma estrela, isso nos deu a oportunidade de testar uma hipótese sobre como alguns dos elementos mais pesados do universo são formados Peter Blanchard, principal autor do estudo e astrofísico da Universidade de Northwestern
"Não vimos assinaturas destes elementos pesados, sugerindo que GRBs extremamente energéticas como o BOAT não produzem. Isso não significa que todos os GRBs não os produzam, mas é uma informação importante à medida que continuamos a entender de onde vêm esses elementos pesados", completou.
Ainda de acordo com Blanchard, o evento produziu alguns dos fótons de maior energia já registrados por satélites projetados para detectar raios gama, um evento que a Terra vê apenas uma vez a cada 10 mil anos.
Inclusive, astrônomos tiveram de esperar seis meses até que a explosão diminuísse antes de poderem usar o James Webb para analisá-la.
No local, a supernova teve um brilho médio, com os cientistas acreditando que a BOAT tenha adquirido sua intensidade a partir do material da estrela em explosão sendo canalizado, como "o feixe de uma lanterna em uma coluna estreita", de acordo com o coautor Tanmoy Laskar, professor assistente de física na Universidade de Utah.
Segundo os pesquisadores, os próximos passos serão observar outras supernovas para comparar os seus diferentes brilhos, jatos, elementos químicos e características para ajudar a entender o quão rara foi a BOAT.
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