Como eles sabem tudo? Criminoso conta como achou dados para 'golpe do zap'

Um homem relatou no X (antigo Twitter) que sofreu uma tentativa de golpe de clonagem de WhatsApp: uma pessoa se passava por ele no aplicativo de mensagem e o contatou. O homem quis saber como o criminoso teve acesso ao seu contato, e o golpista explicou. O diálogo viralizou.

O que aconteceu

"Oi, troquei de número. O antigo desativei", foi a mensagem do golpista com uma foto da vítima obtida pela rede social. O homem, então, perguntou: "Como pode?". A partir daí, o criminoso começou a dar detalhes.

Segundo a troca de mensagens, o golpista usou uma ferramenta chamada de "painel". Por meio dessa ferramenta, se digita o nome de uma pessoa para obter uma série de dados, como CEP, telefone, CPF, quem mora no mesmo endereço, etc.

Com essas informações, uma pessoa mal-intencionada pode tentar encontrar pessoas próxima e aplicar o golpe do Pix, relatando que este é um número novo e que precisa de uma transferência para pagar uma conta. No caso em questão, deu errado, pois o golpista foi direto na vítima que ele clonou. O comum seria tentar contatar pessoas conhecidas da vítima e, a partir daí, solicitar transferências bancárias.

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Dados vazados

A existência de "painéis" com dados pessoais é conhecida há alguns anos. Cibercriminosos consolidam várias bases de dados vazadas e comercializam o acesso por meio de uma página na web (geralmente hospedada fora do Brasil).

O acesso é pago geralmente em contas de laranjas. Existem acessos diários, semanais, mensais, anuais e até vitalício. Não dá para saber a origem dos dados, pois vêm de muitas fontes
Fábio Assolini, diretor da equipe global de pesquisa e análise da Kaspersky para a América Latina

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Em 2021, por exemplo, houve o vazamento de dados de 220 milhões de brasileiros, com informações detalhadas, como nome completo, data de nascimento, CPF, salário, número de telefone e score de crédito (uma pontuação atribuída a uma pessoa devido ao histórico financeiro). No mesmo ano, houve outro vazamento com dados de 227 milhões de brasileiros, incluindo fotos de documentos como RG, CPF e CNH. O número considera também muitas pessoas mortas.

Além do golpe do WhatsApp, com dados pessoais, é possível que alguém tente se passar por você e consiga, por exemplo, obter um cartão de crédito. Por essa razão, recomendam especialistas, é sempre importante acompanhar extratos bancários.

A comercialização e o acesso a dados pessoais disponibilizados de forma ilegal é crime. Há tanto a violação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) como pode haver responsabilização civil pelos danos causados aos donos dos dados.

11 comentários

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Ademir Dias

O pessoal quer comentar/criticar sem ler. Os 220mi obtidos contém dados de pessoas mortas.

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Gleydson Dias Alves

Segundo IBGE o brasil tem 203 milhões de habitante, mais 4,7 milhões de estimativa, que dá no total 207 milhões de habitantes, mas depois do que seu Mullla disse que no brasil tem 750 milhões de brasileiros passando fome, alguns jornalista entraram na onda dele e inflam o número da população brasileira, acredito que eles incluem na conta os espermatozoides de quem não tem filho

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Durval de Lara Filho

Como assim 220 milhões ou 227 milhões de brasileiros se a população total do Brasil é de 215 milhões?

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