Do marcapasso a piercing: o que apita no detector de metais?
Os detectores de metal são importantes, mas causam algum incômodo e muitas dúvidas em quem precisa entrar em um banco ou viajar de avião, por exemplo.
Duas questões podem ficar no ar: que tipo de objeto apita na máquina e, mais importante, para quem esse tipo de equipamento é perigoso? A gente explica:
Que tipo de metal eles detectam?
Metais ferrosos (como o aço e o ferro fundido), não ferrosos (cobre, zinco, alumínio e estanho, entre outros) e inox.
Dependendo da quantidade ou do tipo de metal, a alteração nas linhas de fluxo magnético pode ser maior ou menor. Com isso, você consegue calibrar o detector para que responda a um impacto maior ou menor na tensão elétrica, o que já limita o porte dos objetos que são alvo de detecção.
Por exemplo, a definição para que alguém procure ouro, anéis e outros objetos perdidos em uma praia será diferente do que se usa num avião.
Em geral, detectores buscam encontrar armas, munições, objetos cortantes, ferramentas e outros riscos, mas também podem apitar para itens mais comuns. É por isso que tiramos celulares, moedas, relógios, cintos, anéis e outros antes de passar por uma máquina.
Eles alertam para próteses? E piercings?
Sim, desde que elas sejam feitas de metal —e isso vale também para implantes como placas, pinos e parafusos. Mas, dependendo do detector, o tamanho da prótese pode influenciar nisso. A recomendação é que pessoas que tenham próteses ou implantes avisem os funcionários responsáveis pela segurança.
Implantes dentários e piercings muitas vezes são feitos de titânio, contendo menos ferro e aço inoxidável, e não apitam no detector. Mas, em caso de dúvida, avise o funcionário responsável.
Quem não pode passar por detectores de metais?
Há risco para portadores de marcapasso, por tratar-se de um aparelho com microcircuito eletrônico alimentado por baterias, mas as empresas são obrigadas a realizarem testes com seus equipamentos para que eles não afetem esse tipo de aparelho. Se em nível incorreto, os sinais eletromagnéticos dos detectores de metais podem causar interferências, inibir sua atuação e até modificar sua programação.
Quem utiliza próteses com tecnologias mais avançadas, como as que substituem partes do corpo e funcionam por meio de sinais elétricos, também devem tomar cuidados ao passar pelos dispositivos, porque contam com dispositivos microeletrônicos e geram sinais eletrônicos. Nestes casos, as ondas eletromagnéticas podem provocar danos ao funcionamento.
Detectores de metais fazem mal à saúde?
É o mesmo que usar um celular, por exemplo. Quem fica exposto continuamente a ondas eletromagnéticas pode sentir dor de cabeça, mas a OMS (Organização Mundial da Saúde) não categoriza isso como doença.
Por outro lado, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer classifica as ondas eletromagnéticas como um dos fatores que propiciam o aparecimento de doenças cancerígenas. Não há, porém, um consenso sobre essa questão.
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Quero receberTipos de máquina e funcionamento
Costumamos reparar mais no chamado de pórtico, que parece o batente de uma porta.
Mas existem os modelos que são capazes de detectar metais à distância, como os portáteis usados em shows ou casas noturnas, e os que acham minas explosivas no solo.
Todos funcionam por eletromagnetismo e são compostos por dois elementos básicos, o transmissor e o receptor. O transmissor é composto por fios de cobre enrolados ao redor de um material metálico, alimentado por uma fonte de energia externa que cria um campo magnético contínuo ao seu redor. O receptor também é uma bobina enrolada em um núcleo de ferro, só que sem alimentação de energia.
Dependendo da intensidade gerada pelo transmissor, o campo magnético pode ser detectado pelo receptor, o que gera uma tensão nos seus terminais. Quando há a presença de material metálico entre transmissor e receptor, essa tensão elétrica é alterada —é o que chamamos de deformação do fluxo magnético.
Os detectores criados para evitar a passagem de armas têm alta sensibilidade para essa alteração. Então, quando detectam metal, disparam um alarme ou bloqueiam as portas giratórias.
Fonte: Wânderson Assis, professor e coordenador do curso de Engenharia Eletrônica do Instituto Mauá de Tecnologia.
*Com informações de reportagem de agosto de 2019
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