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Como se formam auroras boreais? Ciência por trás do fenômeno é intrigante

A aurora boreal acontece devido à interação química entre os ventos solares e os gases atmosféricos presentes na termosfera. Imagem: Marco Brotto

Colaboração para o Tilt*

13/05/2024 11h20

No último final de semana, foi possível visualizar auroras boreais em latitudes mais baixas do que normalmente ocorrem porque a Terra foi atingida por uma tempestade solar. O brilho e a duração do fenômeno se deve a um processo físico e, dependendo da sua intensidade, as auroras podem ser empurradas para o sul e serem vistas em outras regiões além dos polos.

Auroras boreais são 'feitas' de Sol

A aurora boreal, um fenômeno natural de luzes no céu, pode se apresentar de várias formas, como por exemplo em espirais, arcos e auréolas. Com seus riscos verdes, azuis, violetas e até rosas, elas percorrem caminhos e movimentos inconfundíveis no céu.

Classificada como um fenômeno natural e óptico, a aurora boreal só existe graças ao Sol. Além do calor e da luz, a estrela envia muita energia e diversas partículas até a Terra, que é protegida delas pelo seu campo magnético.

É quando fluxos dessas partículas altamente energizadas, conhecidas como ventos solares, passam ao redor da magnetosfera, que acontece a aurora boreal. O campo magnético do planeta nos protege da radiação cósmica, mas o escudo é naturalmente mais fraco nos polos norte e sul, o que permite que o vento solar deslize pela atmosfera — geralmente entre 100 e 300 km acima da superfície da Terra.

Aurora boreal vista na praia de Jericho, em Vancouver, no Canadá Imagem: Chris Helgren/Reuters

À medida que as partículas solares passam pela atmosfera, elas superaquecem os gases, que então brilham de forma vibrante no céu durante à noite. O que vemos no céu, portanto, são milhões de colisões individuais que seguem as linhas do campo magnético da Terra.

Geralmente as auroras aparecem na cor esverdeada, porque os átomos de oxigênio, que são abundantes na parte da atmosfera que o vento solar atinge, emitem essa tonalidade.

A duração da aurora boreal, assim como sua aparição, é imprevisível. Ela pode durar poucos minutos ou horas. Os melhores lugares para apreciar uma aurora boreal vão do Alasca à Islândia, passando pelo Canadá, Groenlândia, Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia e até alguns pontos mais ao norte dos EUA.

Nas crenças de povos nórdicos antigos, a aurora boreal era um presságio de guerra e, por isso, assustava a todos sempre que aparecia. Séculos atrás, foi relacionada às atividades de espíritos e as luzes dançantes no céu eram chamadas de "raposas árticas gigantes". Hoje em dia, no entanto, o espetáculo luminoso encanta muitos turistas, que viajam até a região ártica só para "caçar" a aurora boreal.

Entenda o fenômeno recente

Aurora boreal nos céus da cidade de Fusch, na Áustria Imagem: AFP

As auroras boreais vistas no hemisfério norte e auroras austrais no hemisfério sul entre a noite desta sexta-feira (10) e a madrugada de sábado (11) foram o resultado de ejeções de massa coronal, conforme observado por meteorologistas espaciais da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos).

As ejeções de massa coronal são explosões de plasma e campos magnéticos da coroa solar, o que libera radiação no espaço em forma de partículas ou de luz. Ao se propagar pelo espaço, esse material pode gerar tempestades geomagnéticas (ou solares) de intensidade variada, mas com poder de provocar alterações nas partículas ao redor do planeta.

Essas tempestades podem impactar as infraestruturas na órbita próxima da Terra e também na superfície, podendo prejudicar as comunicações, a rede de energia eléctrica, a navegação, as operações de rádio e satélite.

Este post (em inglês) viralizou nas redes sociais, mostrando que as cores variam conforme a altura e a quantidade de oxigênio em cada camada da atmosfera:

*Com reportagens publicadas em 04/11/2016, 03/01/2022, 21/03/2022 e 09/11/2022

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