Ashley Madison: o que aconteceu com site hackeado que expôs casados infiéis
De Tilt, em São Paulo
24/05/2024 04h00
A Netflix lançou nesta semana a minissérie documental "Ashley Madison: Sexo, Mentiras e Escândalo", que narra a história da plataforma criada para pessoas casadas em busca de um caso amoroso.
Em 2015, a empresa foi hackeada e diversos dados foram expostos na dark web. Um grupo que se autodenomina "The Impact Team" ("A Equipe de Impacto") foi o autor do ataque e conseguiu invadir os sistemas da Ashley Madison, extraindo quase todas as informações dos servidores. Os Estados Unidos eram o principal mercado da empresa.
O que aconteceu com a Ashley Madison
O fundador e CEO deixou o cargo. Darren J. Morgenstern saiu em 2015 da empresa após a crise do hackeamento, segundo reportagem da BBC.
Tribunais se encheram de queixas. A empresa precisou pagar cerca de 11 milhões de dólares (R$ 56 milhões aproximadamente) às vítimas que entraram na Justiça por queixas de fraude e dano.
Plataforma continua existindo. O aplicativo aparece com "personalizado para oferecer a melhor experiência de relacionamentos discretos", para quem está "interessado em ter um caso". É possível baixar o app ou utilizar o serviço pelo próprio computador.
O grupo criminoso segue desconhecido. Até hoje não se sabe quem foram os responsáveis pelo vazamento de dados, de acordo com a reportagem.
Impacto do vazamento de dados
Um usuário se suicidou. O caso de John Gibson, um pastor e professor seminarista dos Estados Unidos, causou comoção: ele se suicidou depois que sua presença na plataforma foi revelada. A história é abordada na série da Netflix.
Casamentos entraram em colapso. Dois youtubers, que também aparecem na minissérie, tiveram o relacionamento totalmente afetado pelo vazamento. Nia Rader descobriu que o marido Sam tinha utilizado o aplicativo. Ainda de acordo com a BBC, diversos casamentos nos EUA chegaram ao fim.
Perfis falsos vieram à tona. Outro fato que surgiu foi a presença de perfis falsos ou robôs supostamente criados pela própria empresa para atrair homens e fazê-los comprar créditos. Para usar a plataforma, os homens tinham de pagar para iniciar uma conversa; as mulheres, não.
Como funciona plataforma
O site foi criado em 2002. O canadense Darren J. Morgenstern notou que homens e mulheres procurando por aventuras fora do casamento poderiam ser um bom nicho de mercado. A ideia da plataforma era que as pessoas pudessem colocar informações pessoais, fotos e preferências sexuais.
Novo CEO em 2007. A chegada de Noel Biderman veio com uma mudança agressiva de marketing, como mensagens na televisão de que "a infidelidade poderia ter efeitos positivos nos relacionamentos".
"Ameaça aos valores tradicionais". O site era alvo frequentes de pessoas que diziam se tratar de algo "imoral".
Promessa era de discrição absoluta. O site prometia uma "estrita confidencialidade e os mais elevados padrões de segurança na proteção dos dados".
Como foi o vazamento de dados
A plataforma foi hackeada em 2015. O grupo disse para a empresa que, caso não encerrasse definitivamente os negócios em 30 dias, publicaria as informações pessoais de todos os usuários na dark web.
A empresa não aceitou chantagem. O grupo criminoso, então, vazou cerca de 32 milhões de dados de usuários, incluindo nomes, fotografias, endereços, emails e preferências sexuais.
Procure ajuda
Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente.