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Como seria a internet se o Google não tivesse matado o Orkut?

Ruam Oliveira

Colaboração para Tilt, de São Paulo

25/05/2024 04h05

Criado pelo engenheiro turco Orkut Büyükkökten em 2004, o Orkut ainda deixa saudades em boa parte dos brasileiros. Famosa por suas comunidades inusitadas, a plataforma chegou a reunir mais de 300 milhões de usuários antes de o Google decidir matá-la em 2014.

Se estivesse viva, a rede social faria 20 anos. Pensando na data, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes, apresentadores do podcast Deu Tilt, elaboram cenários possíveis para perguntar: "E se o Google não tivesse matado o Orkut?". Veja no vídeo acima.

A provocação faz parte do quadro "E se", que reflete sobre as várias possibilidades e impactos que uma decisão crucial tem sobre a vida das pessoas.

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É curioso a gente pensar como é distante a ideia do Orkut para o que a gente entende hoje por rede social. Nós somos bombardeados todos os dias com publicações de pessoas que a gente não conhece, de assuntos que a gente teve interesse em algum momento e o algoritmo jura que a gente tem interesse
Helton Simões Gomes, colunista do UOL

Eu vejo hoje um cansaço das redes sociais, sabe? Me sinto cansado, mas ao mesmo tempo não consigo me libertar porque as conversas estão acontecendo ali e você se sente na necessidade de estar ali
Diogo Cortiz, colunista do UOL

Para Diogo, as recomendações do algoritmo inviabilizam que a própria pessoa faça uma curadoria do que ela quer ver.

"Se o Orkut existisse hoje com as mesmas configurações, talvez ele não tivesse mais razão de ser, porque as pessoas nem sabem mais quais são as preferências delas", brinca Helton.

Seu próximo crush pode ser uma IA

Na discussão sobre esses influenciadores sintéticos, a dupla comenta o ritmo acelerado com que essas personalidades têm crescido e como elas têm sido usadas de forma comercial e até para companhia ou namoro.

Com a popularização da tecnologia, começamos a criar novos influenciadores digitais que nascem por conta de agências publicitárias ou por pessoas avulsas que criam personagens. Tem também o fenômeno das namoradas digitais, as famosas AI girlfriend
Diogo Cortiz

Além das namoradas, há seres sintéticos que apostam na sensualização. No podcast, Diogo contou que conversou com Aitana, uma influenciadora digital com mais de 300 mil seguidores. Criada por uma agência de publicidade espanhola, a jovem de cabelos rosa, aparenta ter 25 anos e se descreve como "gamer" e "fitness lover".

Eu fui conferir o perfil da Aitana no Instagram e em alguns momentos até pensei que ela fosse humana, mas esse sentimento me veio porque cada vez mais as redes sociais criam jeitos de fazer com que os seres humanos pareçam artificiais
Helton Simões Gomes

Esses aparelhos vão fazer você deixar o smartphone na gaveta?

Diversas tecnologias são criadas com o objetivo de substituir o smartphone. No quadro "Arrasta pra cima", os apresentadores agem como se estivessem numa rede social: se gostam, deixam um like; do contrário, arrastam pra cima.

Nessa semana, eles avaliam se os "matadores" da vez possuem alguma chance: São eles:

  • AI Pin, um broche com inteligência artificial que promete executar todas as funções de um smartphone sem precisar tocar no gadget,
  • Rabbit, um bloco quadrado com uma pequena tela com sistema LAM (Large Action Model), que prevê ações como pedir um Uber sem a necessidade de abrir o app.

Geralmente, quem vira o matador de um produto é aquele que não se propõe a isso
Helton Simões Gomes

FAQ

O escritor Jeferson Tenório, autor de livros como "Estela sem Deus" e "O Avesso da Pele" participou do quadro final do programa perguntando sobre privacidade na internet e como é possível proteger as informações pessoais no universo online.

Deu Tilt

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio completo.

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