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'Está se aprofundando': anomalia magnética no Brasil alerta cientistas

Colaboração para Tilt*

27/05/2024 12h41

Chamada de AMAS (Anomalia Magnética do Atlântico Sul), a pequena abertura no campo magnético da Terra na região da América do Sul e do Oceano Atlântico está crescendo, segundo dados de um relatório recente do governo dos EUA.

O que aconteceu

A AMAS (Anomalia Magnética do Atlântico Sul) é uma espécie de defasagem na proteção magnética da Terra localizada sobre o Atlântico Sul, mais especificamente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, faixa que se estende até o continente africano.

Para tentar entender o fenômeno, especialistas estudam o campo magnético do planeta, que é gerado no núcleo de ferro líquido superaquecido a pelo menos 3 mil quilômetros de profundidade.

O campo magnético, uma espécie de escudo protetor contra radiação cósmica e ventos solares, surge a partir das correntes elétricas na região, entre outros fatores. Cientistas afirmam que esse campo magnético é dinâmico e, por variar a intensidade em força e direção, pode gerar efeitos como a AMAS.

Anomalia Magnética do Atlântico Sul é estudada e monitorada por agências espaciais, como a ESA (Agência Espacial Europeia), a Nasa (agência espacial norte-americana) e também do Brasil.

Atualmente, essa falha não cria impactos visíveis na vida cotidiana. Mas observações recentes demonstram que a região está se expandindo e enfraquecendo a intensidade de seu campo.

Dados do mais recente relatório publicado neste ano pelo governo dos EUA indicam justamente que a AMAS está crescendo, segundo a CNN. Os dados usados pelo novo levantamento foram comparados com os coletados em 2019 pela ESA.

"A anomalia está se aprofundando e se movendo para o Oeste e aumentou cerca de 5% nesse período", afirmaram os autores no documento. "Esse contorno se aproxima da região onde é mais provável que ocorram danos por radiação nos satélites", continuaram.

A ESA já alertou para o crescimento gradativo da Amas entre 1970 e 2020. De acordo com estudo publicado em 2020, o campo magnético da Terra perdeu 9% de força nos últimos 200 anos, sendo o maior impacto na região da anomalia.

Anomalia pode causar diversos impactos. Além de guiar bússolas e a migração de animais, o campo magnético terrestre protege a atmosfera do planeta de partículas lançadas pelo Sol, que podem fazer com que sistemas de comunicação e navegação e equipamentos de aviação deixem de funcionar. Também podem afetar a coleta de dados por satélites.

Portanto, fenômeno pode avariar os satélites que passam pela órbita da Terra. Além disso, com a baixa na retaguarda em um ponto específico do planeta, ficamos mais suscetíveis a tempestades magnéticas que podem afetar o dia a dia tecnológico na Terra.

Campo magnético na América do Sul Imagem: Divulgação/Agência Espacial Europeia

*Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo

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