Por que saber o horário da Lua é o objetivo da Nasa e como fazer isso?
Você sabe que horas são agora na Lua? Ainda não há resposta exata para essa pergunta, e a busca por um sistema de cronometragem virou um dos próximos objetivos na Nasa e do governo dos EUA.
Sabe-se que os segundos passam mais rápido na Lua —um dia terrestre na superfície lunar seria 56 microssegundos menor, por exemplo. Mas acontece que mesmo essa pouca diferença pode causar inconsistências e virou um enigma para a agência espacial norte-americana.
A ideia é entender não apenas as características da passagem do tempo na Lua, mas garantir infraestrutura para apoiar missões futuras.
Em abril, inclusive, a Casa Branca reforçou esse objetivo. O governo divulgou um memorando que oficializa a busca por uma "escala do tempo" para medir o tempo na Lua, que considera essencial para a exploração. As ideias devem ser apresentadas até 31 de dezembro deste ano e implementadas até 2026, quando uma missão levará astronautas à Lua.
"A abordagem para estabelecer padrões de tempo consiste na definição, desenvolvimento e implementação de um tempo de referência distinto em cada corpo celeste e no ambiente espacial circundante", explica o documento.
A proposta deve obedecer a critérios, como: alta precisão, "resiliência" ao perder contato com a Terra e potencial de ser replicado em outros corpos celestes.
"Estamos pensando em executar isso na Lua, aprendendo o que podemos aprender para estarmos preparados para fazer a mesma coisa em Marte ou em outros corpos futuros", disse à CNN dos EUA a pesquisadora Cheryl Gramling, engenheira sênior de sistemas de navegação da Nasa.
O projeto tem colaboração de centros de pesquisa estrangeiros e recebeu o nome de LunaNet.
Levar relógios à Lua
Mesmo na Terra, o tempo passa diferente dependendo do lugar, como em picos de montanhas e nas margens dos oceanos. Essa diferença foi observada no passado por meio de relógios atômicos, que se baseiam na transição de átomos.
Por isso, uma das ideias é enviar aparelhos de alta precisão como esses para medir o tempo da Lua. Relógios atômicos exclusivos, que custariam milhões de dólares, são um das opções e ótimos para a estabilidade a longo prazo, disse Gramling.
Mas ainda falta entender em quais pontos os instrumentos seriam colocados —nos satélites que orbitam o espaço lunar ou até mesmo na superfície visitada por astronautas.
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