O que o 'Faraó do Bitcoin' tem a ver com a nova revolução da internet?
Tim Berners-Lee, Steve Jobs e Mark Zuckerberg são alguns dos nomes mais conhecidos no mundo da tecnologia. Eles foram - e ainda são - responsáveis por algumas das transformações mais significativas da internet.
Mas existe um brasileiro que também contribuiu com alguns sinais de como seria essa mudança no universo online e poucas pessoas perceberam. Pelo menos é o que diz Helton Simões Gomes, colunista do UOL e apresentador do Deu Tilt, podcast para os humanos por trás das máquinas do UOL.
No episódio desta semana, ele e Diogo Cortiz, também colunista do UOL e apresentador, discutem as transformações da internet, do seu surgimento à forma como é conhecida hoje, além da nova revolução pela qual a rede está passando.
O brasileiro em questão é Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como "Faraó do Bitcoin".
Ele foi preso em 2023 acusado de montar um esquema financeiro que roubou mais de R$ 9 bilhões de clientes. Ao lado de comparsas, foi condenado a pagar R$ 102 milhões em multas. A suspeita é que o "Faraó do bitcoin" tenha movimentado R$ 38 bilhões entre 2015 e 2021.
Eu trouxe ele como marco, não por causa do rombo que ele deu, mas porque ele convenceu muita gente a apostar em uma moeda criptográfica - que é algo extremamente novo - que se apoia no blockchain, plataforma que está associada ao metaverso e à inteligência artificial, alguns dos superpoderes da web 3.0
Helton Simões Gomes
A união das três tecnologias -blockchain, metaverso e inteligência artificial- é a cara da nova fase da internet, lembra o apresentador.
[A web 3.0] pega tudo o que há de bom na web 1.0 e 2.0, junta um pouquinho, volta àquela ideia de descentralização, exacerba a ideia de serviços automatizados, de maior controle dos dados - porque eles estão na blockchain - e é o que estamos vendo acontecer agora
Helton Simões Gomes
"O movimento que o Google fez há algumas semanas, se tínhamos dúvidas de que a web 3.0 estava rolando, a gente não precisa ter mais", afirma. Ele se refere às mudanças anunciadas pela gigante de tecnologia em seu mecanismo de buscas, entre elas a inclusão de inteligência artificial na entrega de resultados de pesquisa.
"O que o Google fez e outras empresas estão fazendo mostra que o futuro é algo que a gente não vai conseguir lidar sem aprender do zero várias coisas que não fomos educados para saber e que não temos letramento digital ainda", destaca.
Diogo Cortiz argumenta que muitas pessoas consideram que a web 3.0 vai se centrar no universo do blockchain. "Existem grupos que focam nisso, mas o Tim Berners-Lee, por exemplo, é contra", comenta. Ele conta que o criador da World Wide Web é contrário a essa lógica porque não vê o blockchain como algo tão descentralizado. E, argumenta, a descentralização é considerada uma das características da internet do futuro.
Tem também um [outro] ponto que é a inserção dessas novas tecnologias. São várias fontes convergindo para mudar a web e acho que no curto e no médio prazo o que mais vai ter influência é a inteligência artificial
Diogo Cortiz
Para ele, o movimento feito pelo Google em relação à busca, alterando a maneira como as pesquisas são apresentadas, vai modificar drasticamente a noção que se tem dessas ferramentas.
"A ideia inicial era ter uma rede de links conectando documentos e outras coisas, e o Google faz muito sucesso porque criou um buscador que organiza esses links por relevância e você acessa o conteúdo. Agora, ele vai passar a responder. E, quando ele passa a responder, muda todo o jogo, porque vai mudar possivelmente todo o tráfego da web como conhecemos", diz.
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Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo às 14h.
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