Vírus gigante é descoberto em geleira - e isso pode ser uma boa notícia
Cientistas da Dinamarca descobriram "vírus gigantes" em geleiras da Groenlândia. Esses organismos, porém, podem ajudar a retardar o derretimento do gelo, ajudando a aliviar o aquecimento global.
O que aconteceu
A pesquisa, da Universidade de Aarhus, da Dinamarca, destaca a "presença sem precedentes" de vírus gigantes na camada de gelo da Groenlândia. O estudo foi divulgado pela revista científica Microbiome em maio.
Esses organismos são classificados no grupo de DNA nucleocitoplasmático (NCLDV), que pode estar ligado aos estudos de derretimento do gelo no Ártico.
As amostras foram coletadas entre julho de 2019 e julho de 2020, das geleiras Mittivakkat, Bruckner e Heim. As amostras incluíram núcleo de gelo, sedimento, gelo escuro, neve verde e neve vermelha — coloração causada pelo crescimento de algas.
Os vírus relatados no estudo medem aproximadamente 2,5 micrômetros. Comparando: vírus comuns podem chegar até 200 nanômetros, e 1 nanômetro equivale a 0,001 micrômetro.
"Informações limitadas". Apesar de ser conhecido que esses vírus infectam células eucarióticas em ambientes marinhos e de água doce, "há informações muito limitadas sobre a diversidade e a função ecossistêmica dos NCLDVs em habitats terrestres gelados", aponta a pesquisa.
Descoberta pode aliviar derretimento do gelo. Segundo o canal de televisão europeu Euronews, Laura Perini, do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade de Aarhus, explicou que esses vírus podem ser "úteis como forma de aliviar o derretimento do gelo causado pela proliferação de algas". "Não podemos relacionar exatamente quais hospedeiros os vírus gigantes infectam. Alguns deles podem estar infectando protistas enquanto outros atacam as algas da neve", disse.
A neve escura e as algas nas geleiras contribuem para acelerar o derretimento do gelo. Esses vírus atuariam como um controle biológico, já que eles infectam as células dessas algas, controlando a população e crescimento delas.
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