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Geou? Descoberta de gelo em enormes vulcões de Marte surpreende cientistas

Camada de gelo foi encontrada em crateras localizadas em cumes de vulcões de Marte Imagem: Agência Espacial Europeia (ESA)

Lara Castelo

Colaboração para Tilt, em São Paulo

13/06/2024 04h00

Pesquisadores detectaram a formação de uma camada de gelo em uma região vulcânica perto do equador (correspondente aos trópicos) de Marte. A descoberta é inédita neste local do planeta vermelho e pode impactar futuras missões humanas de exploração.

O que aconteceu

A formação de camada de gelo em cumes de vulcões de Marte foi vista por imagens feitas pelo Trace Gas Orbiter (TGO), uma sonda de exploração da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês). A descoberta foi descrita em uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 10, pela revista científica Nature Geoscience.

Trata-se de uma camada de gelo muito fina —mais que um fio de cabelo humano—, que se forma durante a noite e evapora algumas horas após o nascer do sol, segundo a ESA. Em contrapartida, ela é bastante volumosa e, nos meses mais frios, chega a ocupar uma área equivalente a 60 piscinas olímpicas.

A região de Marte em que a camada de gelo foi vista é chamada de Tharsis e é lar dos vulcões mais altos do Sistema Solar, de acordo com a agência europeia. Para se ter uma ideia, um desses gigantes, chamado de Olympus Mons, é três vezes mais alto que o Monte Everest.

Por que a surpresa?

A ocorrência de geada na região surpreendeu os pesquisadores, devido à incidência de luz solar e à fina camada atmosférica marciana que mantêm as temperaturas relativamente altas na região. "É a primeira vez que descobrimos uma geada de água nos cumes dos vulcões e nas regiões equatoriais de Marte", disse o cientista planetário e autor do estudo Adomas Valantinas, de acordo com a ESA.

Como geou nos vulcões gigantes de Marte?

Uma das hipóteses de Valantinas é de que a geada seja um vestígio de uma época —talvez há milhões de anos— em que o planeta vermelho era mais úmido. A hipótese foi relatada ao jornal britânico The Guardian.

Na pesquisa, fala-se também sobre como os ventos marcianos podem ter sido os responsáveis por levar ar mais quente para as regiões montanhosas, onde ele condensou e deu origem à geada, segundo o jornal inglês.

A novidade é um passo em direção à revelação de alguns dos segredos que permanecem sobre o planeta vermelho. Para a agência espacial, entender melhor como funciona a dinâmica atmosférica e o ciclo da água em Marte é muito valioso para as futuras expedições humanas na região.

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