Como a bola da Eurocopa sabe que ela bateu na mão, e não em outro lugar?
Assim como aconteceu na Copa do Mundo de 2022, as bolas utilizadas nos jogos da Eurocopa contam com uma tecnologia especial que ajuda os árbitros a marcarem impedimentos milimétricos e até mesmo toques de mão.
Chamada "FUSSBALLLIEBE", que significa "amor ao futebol", a bola conta com a tecnologia 'Connected Ball', criada pela Adidas. Dentro dela, há um chip que rastreia as ações mais delicadas, desde toque de mão até impedimento.
O sensor de movimento consegue, por exemplo, detectar toques em uma velocidade de 500 vezes por segundo. A bola tem 20 peças e ranhuras posicionadas e testadas em laboratório para controlar o fluxo de ar com a máxima precisão.
Após o toque, é possível gerar um gráfico que rastreia a força externa feita na bola, que se assemelha a um eletrocardiograma. Uma combinação de impacto e posição dos jogadores, que é captado com ajuda de AI, é enviado em tempo real para os árbitros de vídeo. Esse resultado pode provar, por exemplo, se existiu um toque de mão ou não - e, claro, a confirmação pode acontecer também com a ajuda das câmeras do VAR.
Existe um sistema de suspensão no centro da bola que hospeda o sensor de movimento da unidade de medição inercial (IMU) de 500 Hz. Ele é alimentado por uma bateria que é recarregada por um sistema de indução.
A presença do chip na bola é imperceptível para os jogadores. Ela foi testada diversas vezes - inclusive em testes cegos - antes da Copa do Mundo de 2022. A Adidas, em parceria com a FIFA, precisou de três anos para desenvolver essa tecnologia.
Na edição de 2024 da Eurocopa, a tecnologia já foi usada para ajudar a anular um gol irregular da Bélgica em sua partida contra a Eslováquia. Foi possível detectar, por conta desse "eletrocardiograma de contato", que Openda tocou na bola com a mão antes do gol do Lukako.