Celular espião? 70% dos brasileiros acham que aparelhos 'ouvem' conversas
Os brasileiros estão bem preocupados com a possibilidade de serem "vigiados" por meio da internet e por seus dispositivos eletrônicos. Somado a isso, a falta de entendimento amplo sobre o uso de dados na rede tem feito com que as pessoas mudem seu comportamento diante das telas de computadores e celulares.
O que aconteceu
Um relatório da Sherlock Communications analisou o comportamento e as percepções de 3.444 usuários de internet em seis países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru. No Brasil, 859 pessoas responderam à pesquisa.
Por aqui, existe uma preocupação sobre invasão de privacidade:
- 69% acreditam que os dispositivos eletrônicos estão ouvindo suas conversas;
- 42% têm receio de ter seus movimentos rastreados pelo telefone ou outro dispositivo sem consentimento;
- 41% temem que dispositivos eletrônicos pessoais monitorem as conversas privadas sem consentimento;
- 46% se preocupam com roubo de identidade e, por isso, limitam a quantidade de informações pessoais que compartilham de forma online.
Segundo a pesquisa, apenas 5% dos brasileiros entrevistados não têm preocupações sobre como seus dados pessoais são usados por sites e plataformas.
Para evitar qualquer problema, 3% dizem fornecer informações falsas em sites de comércio eletrônico para que as empresas não compartilhem nada sobre elas, caso haja um vazamento ou venda indevida de dados.
Falta transparência
Embora 17% dos brasileiros estejam dispostos a compartilhar dados pessoais se isso melhorar a experiência online deles, 21% evita fornecer dados pessoais mesmo que isso gere algum benefício na experiência, como recomendações e serviços personalizados.
As pessoas até estariam dispostas a fornecer informações pessoais se as empresas facilitassem a compreensão de como armazenam e usam seus dados pessoais. Mas 67% consideram difícil achar informações sobre proteção de dados nos sites que usam.
Além disso, um alerta que fica para as companhias, segundo a percepção dos internautas, é que 64% acham que as informações sobre proteção de dados são escritas em uma linguagem confusa, difícil de entender.
Tudo isso mina a confiança das pessoas quanto ao uso de dados e da inteligência artificial no dia a dia:
- Para 63% dos brasileiros, o uso de IA para armazenamento de informações aumenta o risco de fraudes;
- As pessoas também acreditam que a inteligência artificial será usada para criar notícias falsas de forma mais convincente (67%).
Mudança de comportamento
Os serviços de telemarketing também foram abordados na pesquisa:
- 43% recebem repetidamente chamadas de números desconhecidos, mas sem ninguém na linha quando atendem;
- 39% recebem mensagens de texto de um remetente desconhecido me pedindo para clicar em um link.
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Quero receberEssas percepções fazem com que as pessoas mudem seu comportamento na internet e no uso de seus dispositivos:
- 55% não atendem números não identificados e 31% mantêm o telefone no modo silencioso devido à frequência das chamadas incômodas.
- Além disso, 87% não clicam em nenhum link que recebem em emails e mensagens de texto não solicitadas e 49% só fornecem dados pessoais se tiverem certeza de que as informações serão armazenadas e usadas com segurança pela empresa.
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