IA vira realidade em fazendas com 'smartwatch de vacas' e trator tipo Tesla

Assistentes virtuais, dispositivos de segurança residencial e relógios inteligentes são ferramentas que monitoram o bem-estar da população, mas não são tecnologias exclusivas do ambiente urbano, tampouco de seres humanos. A inteligência artificial presente no dia a dia da sociedade já está no mundo rural e é realidade, inclusive, na pecuária.

No pulso, um smartwatch recolhe informações sobre a saúde das pessoas. No pescoço de vacas, um colar inteligente capta batimentos cardíacos, temperatura do corpo e outras informações que ajudam o pecuarista a cuidar melhor dos rebanhos pelo Brasil.

Este foi um dos exemplos citados por Dirceu Ferreira, diretor de tecnologia do PwC Agtech Innovation e sócio na PwC Brasil, durante o "Brasil do Futuro - Agrotech", evento realizado nesta quarta-feira (26) pelo UOL, em São Paulo. O tipo de dispositivo, uma espécie de "smartwatch das vacas", auxilia o produtor a se antecipar cenários, como desconfortos térmico dos animais ou gado perdido, diz ele.

Se esse é um uso evidente da IA, há outras tecnologias que, embora sejam discretas, atendem outras necessidades do produtor rural.

São constelações de satélites e nano satélites, facilitando ações inclusive para as empresas que concedem créditos, como bancos, tradings, empresas de defensivos e sementes, que querem fazer o monitoramento do produto vendido e se utilizam dessas tecnologias com a inteligência artificial embarcada nos dias de hoje
Dirceu Ferreira

Coleira C-Tech monitora as atividades de bovinos 24h por dia
Coleira C-Tech monitora as atividades de bovinos 24h por dia Imagem: Divulgação/C-tech

Com as imagens satelitais, o agronegócio monitora o campo 24 horas por dia para verificar o desempenho da lavoura e facilitar a tomada de decisão do produtor. Ainda que esteja à distância: de dentro do escritório em São Paulo, um empresário rural pode decidir ligar pivôs de irrigação em sua fazenda a quilômetros de distância ou acelerar o ritmo do plantio.

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IA: antes, dentro e depois da porteira

Segundo o executivo da PwC, a I.A está "antes, dentro e depois da porteira".

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[Antes da porteira] A inteligência artificial contribui para o melhoramento genético de sementes, desenvolvimento de defensivos químicos e biológicos, pesquisas de novos ingredientes para a alimentação humana. Depois da porteira, na gestão administrativa, como a roteirização logística. E, dentro da porteira, no monitoramento de pragas e doenças, aplicação inteligente dos insumos, previsão de safra e predição climática
Dirceu Ferreira

Dirceu Ferreira, diretor de operações do PwC Agtech Innovation e sócio na PwC Brasil, durante evento "Brasil do Futuro ? Agrotech", realizado pelo UOL
Dirceu Ferreira, diretor de operações do PwC Agtech Innovation e sócio na PwC Brasil, durante evento "Brasil do Futuro ? Agrotech", realizado pelo UOL Imagem: Mariana Pekin/UOL

Para aproximar a experiência no campo das pessoas acostumadas à vida nas cidades, Ferreira compara: um carro autônomo, como os da Tesla, possui tecnologia similar a um pulverizador na lavoura. O primeiro mapeia o pavimento e o tráfego, além de prever a necessidade de frear o veículo. Já o trator lê o ambiente para identificar o tipo de relevo, plantas daninhas, geografia e topografia.

Isso faz com que a tecnologia "see and spray" ganhe adeptos ao campo. Nela, a visão computacional de tratores e drones identifica o local exato onde aplicar herbicidas e fungicidas antes de lançar o jato de spray com maior precisão.

Riscos para mitigar

O apresentador Diego Sarza e Dirceu Ferreira, diretor de operações do PwC Agtech Innovation e sócio na PwC Brasil, durante evento "Brasil do Futuro ? Agrotech", realizado pelo UOL
O apresentador Diego Sarza e Dirceu Ferreira, diretor de operações do PwC Agtech Innovation e sócio na PwC Brasil, durante evento "Brasil do Futuro ? Agrotech", realizado pelo UOL Imagem: Mariana Pekin/UOL
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O risco de segurança cibernética e reputação é um ponto de atenção, de acordo com Dirceu Ferreira.

Além disso, ele alerta para a regulamentação da IA, que precisa ser vista com mais critério pelos governos pelo mundo inteiro.

Se as startups tiverem o código fonte delas distribuído na internet, isso mata anos e anos de estudo e investimento que o empreendedor, na maior parte das vezes, colocou do bolso dele, então isso é um risco enorme e é preciso levar em consideração
Dirceu Ferreira

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