Telescópio capta formas estranhas e brilhantes na atmosfera de Júpiter

Pesquisadores descobriram estruturas e atividades surpreendentes em uma área de Júpiter conhecida por ser apagada. Por meio do telescópio James Webb, foi possível observar arcos escuros e áreas brilhantes acima da Grande Área Vermelha, região rodopiante de nuvens com o dobro do tamanho da Terra. O estudo foi publicado na revista Nature Astronomy no dia 21 de junho.

Júpiter é um dos objetos mais brilhantes no céu durante a noite. A atmosfera superior do planeta é a interface entre o campo magnético e a atmosfera subjacente. Lá podem ser vistas exibições de auroras boreais e austrais, alimentadas pelo material vulcânico ejetado por uma das luas do planeta.

Entretanto, a atmosfera superior mais próxima ao equador do planeta tem iluminação fraca, por contar com maior influência da luz do Sol, o que dificulta sua observação. Como Júpiter recebe apenas 4% da luz solar obtida pela Terra, astrônomos acreditavam que a região teria uma natureza homogênea.

Entretanto, com a sensibilidade infravermelha do James Webb, foi possível observar a área com maiores detalhes. O objetivo era entender se a região era de fato "entediante". Os pesquisadores encontraram resultados surpreendentes.

Astrônomos se surpreendem com estruturas e atividades encontradas na atmosfera superior de Júpiter
Astrônomos se surpreendem com estruturas e atividades encontradas na atmosfera superior de Júpiter Imagem: ESA/Webb, NASA & CSA, Jupiter ER

Ondas atmosféricas

Embora a luz emitida por essa região seja impulsionada pela luz solar, a equipe sugere que há outro mecanismo alterando a forma e a estrutura da atmosfera superior. Uma das possíveis explicações para isso são as ondas atmosféricas. Elas são similares às ondas que quebram na praia e deixam ondulações na areia.

Essas ondas são geradas dentro da atmosfera baixa e turbulenta de Júpiter e podem viajar para altas altitudes. Isso altera as emissões e estrutura da alta atmosfera. Ocasionalmente, astrônomos conseguem enxergar essas ondas da Terra, mas elas são muito mais fracas do que as observadas pelo James Webb.

A equipe espera, no futuro, poder conduzir mais pesquisas com o telescópio sobre os padrões das ondas atmosféricas. Eles também buscam entender a quantidade de energia disposta na região e quais características mudam com o tempo.

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