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Inovação feita no Brasil que muda o mundo para melhor


Robô e satélite na lavoura: novas empresas moldam o agro com digitalização

Robô da Solix mapeia a produtividade da lavoura para detectar os níveis de nutrição e a presença de insetor Imagem: Divulgação

Mariana Grilli

Colaboração para Tilt, de São Paulo

02/07/2024 04h05

O agronegócio não se resume às atividades dentro da fazenda ou aos produtos utilizados na lavoura.

Para as safras se tornarem realidade, as revendas tradicionais no interior do país estão se moldando ao ambiente digital das vendas. O uso de dados e de inteligência artificial estão presentes em uma nova fase que transforma da aplicação de insumos à concessão de crédito, passando pela formulação de seguros rurais.

Quatro empresas da nova sofra do agronegócio conectado contaram como trabalham para modernizar o agronegócio durante o evento "Brasil do Futuro - Agrotech", realizado pelo UOL.

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Maria Pilar Sepúlveda, diretora da Orbia: nova geração abraça tecnologia

A construção de novas soluções que atendam produtores rurais, que atuem em mercados locais ou internacionais, faz do Brasil um celeiro de tecnologia. Uma dessas empresas é a Orbia, dona de um marketplace que funciona como uma plataforma integrada de serviços. São 315 mil produtores rurais cadastrados somente no Brasil. Conta até com programa de pontos.

Para Maria Pilar Sepúlveda, diretora de produto da Orbia, a digitalização vem revolucionando a jornada de compra e troca. Esse processo vem dando espaço aos serviços. A modernização ocorre, sobretudo, com a chegada das novas gerações ao campo e o movimento de sucessão familiar.

"As pesquisas que nós realizamos para entendimento desse perfil de produtor mostram que as mulheres estão cada vez mais presentes dentro dessa gestão das propriedades e elas têm uma propensão maior a tecnologia", afirma Pilar.

Lucas Tuffi, diretor da Agrotools: dado virou insumo, do Itaú ao McDonald's

As decisões com base em dados têm lastreado dos compradores de máquinas agrícolas aos varejistas. Quer um exemplo? Antes de conceder crédito, as instituições financeiras já usam inteligência artificial para verificar informações sobre a conduta do produtor no campo.

Lucas Tuffi, sócio e diretor de marketing e estratégia da Agrotools, o uso intensivo de dados dá mais transparência a bancos e às outras companhias que se relacionam com o agricultor de uma cadeia produtiva. Do Itaú ao McDonald's, os mais distintos segmentos querem uma análise cruzada de dados, partindo desde o título da terra, afirma o executivo.

Alguns produtores são excluídos da cadeia de valor, por terem apresentado inconsistências nos dados ou por terem tido problemas socioambientais. A Agrotools quer prestar a eles um serviço de reinserção para fornecer às agroindústrias.

"A gente pensou em um produto em que fazemos o diagnóstico daquele produtor, usando inteligência artificial. [Assim], o produtor consegue se ver e se regularizar voltando à cadeia de valor", explica Tuffi.

Léo Carvalho, diretor da Solinftec: campo monitorado por robô

Para Léo Carvalho, diretor de estratégia global da Solinftec, as empresas de tecnologia que se propõe a dar resultado dentro das fazendas precisam necessariamente navegar pelos segmentos de máquinas agrícolas e insumos. Ele defende ainda que o impacto inovador do agronegócio está nas companhias de menor porte, em que inteligência artificial tem potencial maior de agregar ao processo evolutivo.

A Solinftec é conhecida por ter robôs rodando em diversas lavouras do país. Monitora 14 milhões de hectares não só no Brasil, mas em 12 países. O objetivo dela é reduzir os equipamentos no campo e otimizar a aplicação de insumos. Como resultado, tem conseguido reduzir a aplicação de produtos químicos, o que ajuda produtores a se inserir no mercado de carbono.

"Temos o potencial de ser esse drive entre a regulamentação [do carbono] como vai acontecer, junto com a captura de dados e a decisão em tempo real", diz Carvalho.

Mariana Bonora, diretora da Sette: financiamento em tempos de IA

Para o empresário rural ter um robô dentro da propriedade, ele precisa recorrer ao crédito rural na maioria das vezes.

Mariana Bonora, cofundadora e diretora executiva da Sette, vive o desafio de estruturar um modelo de financiamento que seja eficiente e, ao mesmo tempo, de fácil compreensão.

"A Sette surge como eficiência operacional e digitalização da esteira de recebíveis em formato digital, e segurança e análise de crédito eletrônica e automatizada, usando satélite e IA para o monitoramento da lavoura", afirma Bonora.

Para ela, a digitalização e a adoção de tecnologia ainda são passos a serem dados em muitas partes do país. Um dos exemplos é a baixa adesão à assinatura digital. Mesmo assim, é preciso superar as barreiras culturais e ganhar escala na análise de crédito e ESG, com sobreposição de várias bases de dados, para dar garantia às instituições financeiras.

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