Geração Z não sabe usar mouse e Ctrl C + Ctrl V? Culpa não é dela; entenda
Colaboração para Tilt, de São Paulo
11/07/2024 04h05
Não é novidade para ninguém que existe um mundo antes e depois da internet. Agora que os jovens da Geração Z chegam à universidade e ao mercado de trabalho, a desenvoltura com o mundo digital parece não constar no conjunto de habilidades deles, ainda que tenham nascido em um contexto de imersão tecnológica.
Eu vivo isso na pele. Dou aulas para a graduação e estamos recebendo alunos que têm entre 17 e 18 anos com uma dificuldade até mesmo de entender coisas básicas de computador
Diogo Cortiz
Na edição desta semana do Deu Tilt, o podcast do UOL para humanos por trás das máquinas, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes, avaliam como e por que a geração de jovens não possui habilidades tecnológicas consideradas básicas.
Diogo conta que até mesmo compreender como se estruturam pastas em um computador pode ter uma tarefa hercúlea para alguns jovens.
A primeira geração de tecnologia tentava replicar no mundo digital o que tinha no analógico, tanto é que a ideia de pasta só faz sentido porque existia um arquivo [físico] com pastas. Só que, com o passar do tempo, as tecnologias que simplesmente replicavam o mundo físico passaram a ser sistemas para engajar o usuário, deixando o físico um pouco para trás
Helton Simões Gomes
A tecnologia tem várias gerações, e eles estão focados em um uso muito maior de smartphones e iPads, que é uma outra dinâmica da tecnologia. Muitas vezes quase não usam o computador ou não usam de jeito nenhum
Diogo Cortiz
A falta de traquejo com a tecnologia é mais sentida em espaços em que esses jovens precisam lidar com dispositivos de maneira operacional. Os apresentadores explicam, porém, que ainda que desconheça certas funções, como o Ctrl C + Ctrl V ou o Ctrl + Z, a geração Z não pode ser massacrada. Isso é fruto do contexto tecnológico em que estamos.
A percepção que nossa geração tem da geração Z, em outros aspectos [como sendo] a geração que faz corpo mole, que é muito preocupada com saúde mental - que são preocupações legítimas - faz com que a gente seja pouquíssimo empático com as necessidades deles
Helton Simões Gomes
A solução, sugere Helton, seria voltar a ter aulas de informática básica, como acontecia quando os computadores surgiram.
A tecnologia vai adensando várias novidades e é preciso um conhecimento [sobre] a anterior para poder lidar com o que vem depois
Helton Simões Gomes
Para os apresentadores, há uma responsabilidade compartilhada entre as gerações. As mais antigas não se preocuparam em dar letramento adequado aos mais jovens e construíram sistemas sem levar em conta a lacuna de conhecimento para quem chega agora. Diogo concorda com a retomada de ensinamentos sobre informática, desde que atualizada com aulas sobre algoritmos e inteligência artificial.
Muitos não têm noção de que a internet é uma coisa física, com cabos que [se] ligam entre continentes, porque nasceram mergulhados num ambiente digital e parece que estão em uma caverna digital, sem conseguir entender o que tem lá fora
Diogo Cortiz
ChatGPT para deputado: e se IA se ganhar eleição?
Tem gente que olha para os limites e ri deles. A inteligência artificial está ocupando cargos feitos para humanos. Uma empresa trocou o CEO há dois anos por uma IA. Em 2024, a Administração do Ciberespaço da China, que comanda a internet no país, criou uma IA com a cara do presidente Xi Jinping e que responde com base nas premissas do Partido Comunista Chinês.
Já o empresário Steve Endacott resolveu levar a lógica para as eleições. Candidato a deputado no Reino Unido, ele colocou nas cédulas de votação um avatar seu chamado de AI Steve.
Na edição desta semana de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, os apresentadores Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz debatem como seria o mundo se uma inteligência artificial vencesse uma eleição.
Apple x Google: quem terá a melhor IA? Dono de Android ou de iPhone?
No ano passado, quando a maioria das gigantes de tecnologia só falavam sobre inteligência artificial generativa, a Apple apresentava o Vision Pro, os óculos ultra modernos de realidade aumentada. Agora, a dona do iPhone resolveu entrar na dança da IA.
Mas de um jeito bem Apple. Até trocou o nome das coisas. Chamou sua solução de AI - nada de "artificial inteligence", mas, sim, sigla para Apple Intelligence. Ela chegará aos smartphones mais recentes já no iOS 18. Já o Google, outro forte concorrente no mundo dos celulares, até possui estratégia semelhante, mas abastece uma gama maior de dispositivos e plataformas com sua solução de IA.
No Deu Tilt desta semana, os apresentadores Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz explicam: quem levará a melhor nesse embate? Donos de Android ou quem tem iPhone?
DEU TILT
Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.