Mariposas não são atraídas pela luz, ao contrário do que parece
Há muito tempo, os seres humanos notaram que mariposas e outros insetos pareciam atraídos pelo fogo. Mas apenas agora surgem explicações para esse comportamento. Segundo um estudo publicado na revista Nature Communications, as mariposas ficam presas em uma órbita desorientadora da luz artificial.
O que o estudo mostrou
Os pesquisadores notaram, por meio de experimentos, que as mariposas voam de costas para a luz. Durante milhões de anos, os insetos evoluíram para utilizar como guia uma das coisas mais brilhantes que podiam ver, o céu.
Com as luzes artificiais, eles ficam presos em um ciclo exaustivo tentando se orientar. O esforço inútil pode provocar manobras desajeitadas e colisões diretas com lâmpadas.
Quando estão voando, os insetos têm rápida aceleração, o que prejudica seu senso de gravidade. Por isso, eles precisam do céu, mesmo à noite, para discernir qual é o "lado de baixo" e o "de cima". A luz artificial atrapalha esse processo.
Como foi feito
As conclusões do estudo foram possíveis a partir de 477 vídeos que mostram 11 diferentes ordens de insetos. Os pesquisadores usaram câmeras de alta velocidade capazes de capturar os voos rápidos e frenéticos dos insetos.
Em seguida, a equipe utilizou ferramentas de computador para reconstruir em 3D os pontos que mostram o caminho dos voos. Com os dados em mãos, os pesquisadores concluíram que, de fato, as espécies voltavam as costas para a luz. "Você assiste aos vídeos em câmera lenta e vê isso acontecendo de novo e de novo", diz Yash Sondhi, pesquisador pós-doutor no Museu da Flórida de História Natural e autor do estudo em entrevista para o portal de notícias da Universidade Internacional da Flórida.
Talvez, quando as pessoas percebem isso, como em torno das luzes da varanda ou de um poste de luz, pareça que elas estão voando diretamente para a luz, mas não é o caso.
Yash Sondhi
O estudo sugere formas de diminuir o impacto. As fontes de luzes que causam maior dano são aquelas voltadas para cima ou descobertas. A equipe também pesquisa se as cores da luz podem ter impactos diferentes (por exemplo, se a luz é fria ou quente). Shondi destaca que estudos como esse são importantes para aumentar a conscientização de como a luz impacta populações de insetos e quais adaptações podem ajudá-los.
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