Por que alguns países foram mais afetados pelo apagão cibernético? Entenda
Simone Machado
Colaboração para Tilt, em São José do Rio Preto (SP)
19/07/2024 12h34Atualizada em 19/07/2024 18h28
Um apagão cibernético afetou sistemas de computadores em todo o mundo na manhã desta sexta-feira (19), causando transtornos em diversos setores, incluindo aviação, serviços bancários e telecomunicações. A causa teria sido uma falha global no sistema da Microsoft.
A empresa afirma que a falha já foi resolvida, mas que problemas residuais ainda podem ocorrer. Não há indícios de que o apagão esteja relacionado a um ataque hacker, ainda segundo a Microsoft.
O que aconteceu
O apagão foi registrado inicialmente em países da Europa, Ásia, África e Oceania, e logo afetou os Estados Unidos e o Brasil.
Por aqui, os aplicativos dos bancos Bradesco, Neon, Next e Pan ficaram fora do ar, segundo o site Downdetector. Já nos EUA, as principais companhias aéreas do país interromperam ou atrasaram os voos. Na Espanha, a autoridade aeroportuária relatou que o incidente nos sistemas de computador paralisou as operações em todos os aeroportos do país.
Segundo especialistas ouvidos por Tilt, alguns países, como Austrália, EUA, Reino Unido, Espanha, Índia, Holanda, Hong Kong, Alemanha, Suíça e Israel, foram mais afetados pelo apagão devido a alguns fatores como a infraestrutura tecnológica e dependência dos sistemas da Microsoft.
"Temos regiões onde historicamente predomina um tipo de sistema e quando ele é afetado nessa localidade, por ter grande quantidade de usuários, é mais afetada", explica Waldo Gomes, diretor da NetSafe Corp, empresa de consultoria de cibersegurança.
Vemos que essa falha foi muito forte nos Estados Unidos, por exemplo, por causa da adoção tecnológica que o país tem, que é muito maior do que qualquer outra região do mundo
Waldo Gomes
Além disso, como o incidente está relacionado a um erro na atualização do sistema da empresa norte-americana de cibersegurança CrowdStrike, que utiliza o Windows, da Microsoft, aquelas localidades onde há maior registro de sua operação também foram bastante afetadas.
"Onde a CrowdStrike vendeu mais no mundo, é onde receberam mais atualizações e, consequentemente, teve mais problemas com essa falha. Hoje a CrowdStrike tem 29 mil empresas clientes no mundo, o que representa 23% do setor, sendo a número um no mundo de antimalware. Imagina o tanto de sistemas que ela é responsável, por isso não conseguimos mensurar a quantidade de pessoas que foram impactadas pela falha", acrescenta o especialista em segurança cibernética Marcelo Branquinho, CEO da TI Safe, empresa de segurança cibernética.
O que causou o apagão?
O apagão cibernético está relacionado a um erro na atualização da empresa de cibersegurança CrowdStrike. Segundo a companhia, sua ferramenta chamada Falcon teve um problema na atualização de software. Essa ferramenta é a responsável por detectar possíveis invasões hackers.
"Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implantada", afirmou o CEO do CrowdStrike, George Kurtz. Ele diz que a empresa está trabalhando ativamente com os clientes afetados.