Deixar camisinha no bolso ou carteira? Entenda por que não é uma boa ideia
Colaboração para Tilt, em São Paulo
23/07/2024 04h00
É a data de validade das camisinhas que garante sua segurança e eficácia. Como qualquer produto fabricado com borracha natural, os preservativos, feitos de látex, perdem suas propriedades físicas ao longo do tempo e podem romper-se com mais facilidade depois de vencidos.
No entanto, especialistas afirmam que ainda assim, é melhor usar um preservativo que passou da data de validade do que não se prevenir. Normalmente, as camisinhas são fabricadas com uma margem de segurança para seu uso por algum tempo após seu vencimento. Em geral, a validade dos preservativos varia de três a cinco anos e, após abertos, eles devem ser utilizados imediatamente.
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Além dos maiores riscos de transmissão do HIV (vírus da imunodeficiência adquirida, que causa a Aids), Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e da gravidez indesejada, a utilização incorreta do produto pode abalar a confiança na eficácia do método preservativo, trazendo como consequência a diminuição de seu uso e aumentando os riscos de doenças.
Por outro lado, enquanto o preservativo estiver na data de validade, o fabricante é o responsável pelo produto e por eventuais problemas do consumidor.
Cuidados
Na prática, a vida útil e a segurança do preservativo podem diminuir se alguns cuidados não forem tomados - mesmo que o prazo de validade ainda não tenha vencido.
- Deve-se proteger o produto da exposição ao calor, à umidade e à luz. Não devem ser guardados no porta-malas de um carro durante o dia, por exemplo. Isso porque, o látex dos preservativos se degrada em altas temperaturas e suas características físicas são alteradas.
- Seguir as instruções de uso do produto e abri-lo apenas no momento em que será utilizado são outras recomendações.
- Não dobrar, torcer nem amassar as camisinhas também é um cuidado importante para a garantia de sua qualidade. Para evitar que os preservativos sofram alterações, eles não devem ser deixados por muito tempo no bolso ou na carteira.
- Também devem ser utilizados apenas preservativos com o selo do Inmetro e orienta o consumidor a escolher, sempre que possível, as camisinhas com a data de fabricação mais recente.
Certificação
O Brasil é um dos poucos países que adota a certificação compulsória para preservativos, ou seja, todas as marcas de camisinhas disponíveis no país passam por uma avaliação da qualidade do produto antes de serem vendidas ao consumidor ou distribuídas pelo Ministério da Saúde. Além disso, o Inmetro faz auditorias em que analisa amostras dos produtos disponíveis no país para verificar se eles cumprem todas as exigências de qualidade e segurança dentro de seu prazo de validade.
Nas avaliações, são analisados fatores como vazamento, pressão e volume de estouro, dimensões (espessura, comprimento e largura) do preservativo, além da integridade da embalagem.
Em pesquisa realizada pelo Instituto de Macromoléculas Professora Eloísa Mano, da UFRJ, todos os produtos analisados atingiram a vida útil pretendida na temperatura média do Rio de Janeiro, cerca de 30ºC.
Fontes: Maria Cristina Bó, pesquisadora - que defendeu tese de doutorado sobre o tema no Instituto de Macromoléculas Professora Eloísa Mano, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Fátima Martins Leone, engenheira química e pesquisadora em metodologia e qualidade.
*Com informações de matéria publicada em outubro de 2008.