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Inovação feita no Brasil que muda o mundo para melhor


Um segundo, 580 mil voltas: por dentro do acelerador de partículas Sirius

Helton Simões Gomes e Ruam Oliveira

Colunista de Tilt e Colaboração para Tilt

26/07/2024 09h30Atualizada em 29/07/2024 10h26

O Brasil possui um dos dois maiores aceleradores de partículas do mundo. Essa jóia da engenharia e da ciência está localizada em Campinas (SP), e possui 518 metros de circunferência e 68 mil m². É quase do tamanho do Maracanã.

Tilt visitou as instalações do Sirius, o laboratório brasileiro de 4ª geração para produção de luz síncroton, que, ao fim da construção, terá custado R$ 3 bilhões.

Isso tudo aqui é tecnologia nacional. Nós e todas as equipes aqui construímos, desenvolvemos e montamos esses equipamentos. Foi tudo projetado por brasileiros.
Harry Westfahl Jr., diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncroton

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A visita da reportagem foi guiada por Westfahl Jr. Ele apresentou o anel gigantesco por onde a luz é acelerada até produzir um brilho intenso, a câmara por onde essa radiação é escoada para realizar os experimentos e o pequeno robô que ajuda a submeter amostras ao feixe de luz produzido pelo Sirius.

Por que tem um robôzinho? Porque isso fica tudo fechado, não fica ninguém dentro colocando amostras
Harry Westfahl Jr.

É a partir dessa interação que são geradas as informações digitais analisadas posteriormente por inteligência artificial.

Se você não tiver sistemas com IA suficientemente bons para identificar e aprender padrão na imagem, você até teria a capacidade de gerar imagens, mas o processamento delas viraria um gargalo. Se a gente tirasse a IA, provavelmente não faria sentido fazer máquinas como essas e acumular essa quantidade de dados. Não ia ter gente, nem se fosse um exército gigantesco, para processar tudo
Harry Westfahl Jr.

O Sirius é tão grande que só pode ser comparado ao MAX-IV, da Suécia, a primeira instalação mundial de uma fonte de luz nesses parâmetros.

O grande anel metálico faz elétrons circularem de maneira tão rápida que cria linhas de luzes —chamadas de luzes síncroton—, que funcionam como um excelente raio X capaz de analisar com rapidez e precisão estruturas internas de materiais orgânicos e inorgânicos.

Os elétrons dão quase 600 mil voltas em apenas um segundo no acelerador. É muito rápido.

O laboratório pode revolucionar áreas como saúde, tecnologia, agricultura e energia.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Os elétrons que percorrem o Sirius dão 580 mil voltas por segundo e não 680 mil voltas, como informado incialmente.

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