ChatGPT gasta 500ml de água a cada 20 ações: como IA afeta o meio ambiente

Apesar de funcionar em nossos smartphones e computadores, a inteligência artificial consome água e energia elétrica, recursos cruciais para nós, seres humanos.

Mas quem paga a conta se a IA gasta tanto a ponto de comprometer o acesso da humanidade a água e eletricidade?

No episódio desta semana de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz discutem como essas tecnologias impactam o meio ambiente -e o bem-estar da humanidade.

De acordo com a AIE (Agência Internacional de Energia), a demanda global por data centers deve dobrar até 2026 e chegar à mesma quantidade da energia consumida pelo Japão. Os data centers —que podem ser considerados as casas das IAs— são espaços que demandam muito recursos naturais.

Muitos acham que a IA vem do ar, mas não. Ela tem uma materialização física e pesada
Diogo Cortiz

A IA também pressiona o meio ambiente porque há um consumo de minérios e outros materiais para a produção desses equipamentos.

Cada vez mais, precisamos de mais recursos, porque, em busca de uma IA mais sofisticada, estamos produzindo modelos maiores, que demandam um uso intensivo de computação
Diogo Cortiz

Por que a IA gasta mais?

Sistemas de IA demandam maior capacidade de processamento por serem mais complexos que outros software. Isso exige mais das máquinas em que esses programas estão instalados, que passam a consumir mais energia para funcionar e mais água para resfriar. No caso da IA generativa, aquela que produz conteúdo, a exigência é ainda maior, porque se trata de modelo computacional muito grande, explica Diogo.

A IA demanda 100 mil vezes mais capacidade energética do que um sistema comum
Helton Simões Gomes

Além de energia elétrica, outro recurso que a IA demanda muito é a água. Uma estimativa é que, a cada 20 ou 30 comandos, o ChatGPT consome o equivalente a 500ml de água para refrigeração do data center em que está instalado, segundo estudo das universidades de Riverside e de Texas Arlington. Os cálculos valem para o GPT-3. Para o GPT-4, o volume é ainda maior.

Google e Microsoft, duas gigantes da área, já revelaram em seus relatórios o consumo elevado de energia e água proveniente dessas tecnologias.

Os relatórios de sustentabilidade dessas empresas já estão mostrando que apostas ostensivas em sistema automatizados, dos quais a IA é um dos elementos mais vistosos, já têm gerado um impacto nos objetivos sustentáveis delas
Helton Simões Gomes

Como soluções que impactem menos o meio ambiente, estão sendo buscadas fontes de energia renovável e, também, modificar como a própria tecnologia é feita.

Musk, Marte e IA: o que Trump planeja para tecnologia?

Depois de ser suspenso de várias redes sociais, Donald Trump fez o que qualquer super rico faria: criou em 2022 a própria plataforma de social media, a Truth Social. Hoje candidato à presidência dos Estados Unidos, ele tenta voltar à Casa Branca e tem uma agenda para o mundo da tecnologia.

No episódio desta semana, Deu Tilt também discute como os planos de Trump vão desde o tratamento ao estilo "morde e assopra" voltado a redes sociais, inteligência artificial e Big Tech até uma visão mais positiva para exploração espacial, criptomoedas e Elon Musk.

O partido republicano já mencionou que vai apostar com tudo nas viagens espaciais e exploração espacial e um dos maiores interessados nisso é o Elon Musk, por causa da Space X
Helton Simões Gomes

'CLT premium'? Empresa bilionária trata IA como se fosse funcionário

Você quer direitos trabalhistas? Essa empresa gringa acha que até a inteligência artificial merece ser contemplada por eles.

No quadro "Arrasta pra cima" do Deu Tilt, fatos do mundo da tecnologia são tratados como nas redes sociais: entre o "like" e o "arrasta para cima".

E o caso do episódio desta semana é o da startup norte-americana Lattice, que decidiu ter uma abordagem ética da IA. Tanto que as máquinas foram agraciadas no processo. Focada no universo do RH, a empresa começou a tratar os agentes de IA como se fossem trabalhadores. Detalhe: meses antes de implantar a ideia, a empresa promoveu uma demissão.

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.