Por que governo pediu que Google e Apple melhorem a proteção do e-mail
De Tilt, em São Paulo
09/08/2024 12h04
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) enviou ofícios para as empresas Google e Apple na terça-feira (6) e solicitou que elas aumentem a segurança dos usuários que acessam aplicativos de e-mail pelo celular.
Uma das indicações é a inclusão de senhas adicionais e biometria (como impressão digital e Face ID). Procurada pela Agência Brasil, a Apple disse que não vai comentar o ofício no momento. O Google ainda não respondeu ao pedido de posicionamento.
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O MJSP diz que isso é importante porque assaltantes costumam exigir da vítima a entrega do celular desbloqueado e buscam acessar senhas bancárias em anotações e aplicativos de e-mail, principalmente Gmail (Google) e Mail (Apple).
"Hoje, a primeira ação de um assaltante após o roubo é tentar encaminhar ao e-mail da vítima um link de recuperação das senhas dos aplicativos bancários. Aí há uma lacuna de proteção, já que o e-mail não pede senha adicional ou biometria, como os aplicativos financeiros", explica Manoel Carlos de Almeida Neto, secretário-executivo do ministério.
Os criminosos abrem os aplicativos financeiros, clicam em "Esqueci a Senha", e, ao solicitarem o novo código, este é encaminhado para o e-mail da vítima.
A partir daí, conseguem movimentar a conta do banco, fazer compras em plataformas de vendas online e transações em companhias aéreas, com pontos em programas de milhagem.
Segundo a pasta, o pedido integra um conjunto de ações do programa Celular Seguro, ferramenta de combate ao roubo e furto de aparelhos.
Quem já utiliza o Celular Seguro poderá fazer o bloqueio total (aplicativos, aparelho/IMEI e chip) ou escolher entre bloquear apenas os aplicativos e o chip, acionando o Modo Recuperação, que vai permitir recuperar o aparelho.
No Modo Recuperação, o Celular Seguro será informado pelas operadoras de telefonia quando um novo chip for instalado no aparelho roubado ou furtado. A partir daí, polícias estaduais poderão tomar providências.
O cidadão também vai poder verificar se existe alguma restrição para o aparelho que deseja adquirir ao consultar a Base Nacional de Boletins de Ocorrência do Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública). (Com Agência Brasil)