Estrela zumbi: cientistas acham rastro de supernova que brilhou há mil anos
De Tilt, em São Paulo
17/08/2024 19h00
Cientistas chineses descobriram que uma estrela, descoberta em 1181 d.C, ainda deixa rastros mesmo depois de sua morte. Os pesquisadores a denominaram "estrela zumbi", já que a explosão da supernova não foi totalmente concluída, deixando uma nuvem de gás e poeira no universo.
O que aconteceu
Um novo estudo analisou detalhadamente a supernova SN 1181, uma das poucas documentadas antes da invenção dos telescópicos. O corpo celeste foi descoberto em 1181 d.C.
Pesquisadores chineses usaram modelo computadorizado que acompanhou a evolução da estrela até a morte dela. O resultado foi publicado no periódico The Astrophysical Journal no dia 5 de julho.
O grupo descobriu que a SN 1181 seria uma "estrela zumbi", que faz parte de uma classe de supernovas chamadas de Tipo Iax. Isso significa que sua explosão foi resultado da colisão "violenta" de duas estrelas anãs brancas (estágio final do ciclo evolutivo do Sol) que não conseguiram se detonar completamente —normalmente, elas desaparecem.
Para chegar ao resultado, a equipe comparou o modelo com observações de telescópio arquivadas da nebulosa da supernova. Sua "gigantesca" nuvem de gás e poeira é visível até hoje.
Em seu pico, o brilho da estrela era comparável ao de Saturno. [A supernova] permaneceu visível a olho nu por cerca de 180 dias, até que gradualmente desapareceu de vista. O remanescente da explosão SN 1181, agora, é muito escuro e difícil de encontrar. Takatoshi Ko, autor principal, em comunicado à imprensa
Estudo também descobriu que ventos de alta velocidade foram registrados na superfície dela nos últimos 20 a 30 anos. A descoberta traz ainda mais mistério para a supernova, além de justificar, segundo os autores, a necessidade de mais estudos sobre o tema.