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X/Twitter fecha operação no Brasil, demite funcionários e culpa Moraes

Do UOL, em São Paulo

17/08/2024 12h46Atualizada em 17/08/2024 19h51

A rede social X, ex-Twitter, encerrou suas operações no Brasil. Em nota, a empresa diz que a responsabilidade é do ministro do STF Alexandre de Moraes.

O que aconteceu

A rede social diz que seu serviço continua disponível para a população do Brasil. A informação é que o fechamento das atividades foi anunciado neste sábado à equipe.

A empresa acusa o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de responsabilidade pelo encerramento. Em nota divulgada hoje, o X disse que o ministro ameaçou seu representante legal no Brasil de prisão na noite passada, caso a empresa não cumprisse "ordens de censura". O STF disse que não vai se manifestar.

A rede social divulgou a decisão de Moraes enviada à empresa. Na decisão, Moraes relata que determinou que a empresa bloqueasse perfis investigados por práticas de crime, mas que a determinação não foi cumprida.

O ministro relata dificuldade de obter canais de contato com a administração da empresa. Diz que não obteve um canal de contato telefônico e que o contato por email não foi respondido.

Ele determina então multa à responsável legal pela empresa e ameaça prisão. A multa diária é de R$ 20 mil à administradora da empresa, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição. A prisão seria decretada por desobediência judicial caso as medidas não fossem cumpridas.

O governo Lula criticou a postura da rede social. Em sua conta no X, João Brant, secretário de políticas digitais disse que a empresa vinha ignorando ordens judiciais e fugindo de intimações, atitude que ele classificou como "patética".

Com o fechamento do escritório, é provável que a empresa deixe de cumprir qualquer ordem judicial, disse Brant. "Estão forçando um pênalti e tentando jogar no STF o ônus político de uma decisão que tem fundo comercial", escreveu.

Como mostra a ordem judicial publicada pelo próprio Twitter/X, a empresa vinha ignorando ordens judiciais e fugindo das intimações. Atitude patética para uma empresa que controla esta plataforma com o tamanho que tem no Brasil.
João Brant, secretário de políticas digitais do governo federal

Histórico

O bilionário Elon Musk, dono do X, tem um histórico de embates com o ministro Alexandre de Moraes. Musk já fez uma série de críticas e ataques ao ministro acusando o magistrado de censura e ameaçando descumprir decisões judiciais. O ministro é autor de uma série de determinações que suspenderam perfis de investigados por disseminação de desinformação e ataques às urnas eletrônicas.

Musk também já disse, sem provas, que o jurista interferiu nas eleições brasileiras de 2022 "para eleger" o presidente Lula (PT). Na postagem, ele chamou Moraes de "ditador brutal" e questionou por que os congressistas brasileiros não promovem ações contra o ministro.

Após ataques, Moraes determinou a abertura de inquérito pela PF (Polícia Federal) para apurar a conduta de Musk. Ele também determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito das milícias digitais.

Nesta semana, Moraes determinou o bloqueio das redes sociais e de até R$ 50 milhões das contas do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Em uma publicação no X, Do Val agradeceu a Elon Musk por ter mantido sua conta na rede social ativa. As contas deles em outras redes, como o Facebook e o YouTube, estão bloqueadas desde o ano passado por ordem de Moraes. O senador é alvo de pelo menos duas investigações no STF.

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