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'Tiktokização': a lógica para até seu médico apelar para dancinha no TikTok

Colunistas de Tilt e Colaboração com Tilt, de São Paulo

24/08/2024 05h30

Elemento mandatório na vida dos influenciadores digitais, as dancinhas saídas do TikTok têm aparecido nos feeds dos mais diversos profissionais, de nutricionistas e médicos a políticos.

No quadro "Arrasta pra cima" de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, a pesquisadora Issaaf Karhawi, uma das primeiras a estudar os influenciadores digitais no Brasil, foi desafiada a decidir se dá um "like" ou "vai de arrasta" para a seguinte afirmação: "As redes sociais aumentam a transparência da vida política e aproximam o cidadão das pessoas que ele elegeu, mas há políticos que viraram verdadeiros influenciadores".

Estar nas redes é performar. Eu vou de arrasta pra cima para a ideia de 'Tiktokização' de todas as profissões. Acho que é exigir que a pessoa atue quase como que em um terceiro período de trabalho
Issaaf Karhawi

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Esse é o quadro do em que os apresentadores do Deu Tilt, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz, tratam a vida como se fosse uma rede social. Gostaram? Dão like. Acharam esquisito? Vão de arrasta pra cima.

Tem uma galera que discute que as plataformas trouxeram mais transparência e mais proximidade para a vida política, com antes um público pequeno e que poucas pessoas tinham acesso
Helton Simões Gomes

Para Diogo, a "tiktokização" da política compromete a vida pública, algo que ele viu em audiências públicas. Muitas vezes, parlamentares sobem na tribuna sem a intenção de debater um assunto específico e, sim, para discursar enfaticamente de modo que aquele momento vire um vídeo para o TikTok. Helton discorda.

Funciona como um filtro muito grande do tipo de profissional com quem você quer interagir, e isso é melhor do que as avaliações que as pessoas fazem depois de testar um produto
Helton Simões Gomes

'Poder dos recebidos': o que faz o Brasil ter 10 mi de influenciadores?

Todo mundo quer ser influenciador? Talvez não, mas uma grande quantidade de brasileiros atua dessa forma. A estimativa é que sejam 10,4 milhões.

A chance de viralizar e mudar de vida é um dos principais chamarizes para quem quer ganhar a vida com as "publis", explica Issaaf Karhawi. Mas como o país chegou a tanta gente influenciadora?

O principal ponto é a baixa barreira de entrada para se tornar um influenciador. Significa que, para atuar profissionalmente como influenciador, não é preciso passar, por exemplo, pelo que chamamos de 'paradigma do expert'
Issaaf Karhawi

Por que influenciadores estão deixando de ser influenciadores?

A atuação dos influenciadores digitais é bastante recente, mas já está sendo transformada. E os efeitos dessa guinada são sentidos por todo mundo que segue alguma dessas figuras nas redes sociais.

Se antes o foco de marcas era apenas contratar pessoas para divulgar produtos, agora o cenário é outro, explica Issaaf Karhawi, professora de comunicação e uma das primeiras a se dedicar à pesquisa de influenciadores no Brasil. Em sua participação no "Deu Tilt", o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas apresentado por Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes, ela enumerou ao menos três pontos para entender a remodelação dos influenciadores. O primeiro deles é a mudança de nomenclatura.

É interessante como a gente muda o foco: no marketing de influência, estamos olhando para a influência que eles têm, ou seja, sua capacidade de vender. Na 'creator economy' [economia dos criadores de conteúdo], estamos de olho nas habilidades de criação de conteúdo
Issaaf Karhawi

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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