'Tiktokização': a lógica para até seu médico apelar para dancinha no TikTok

Elemento mandatório na vida dos influenciadores digitais, as dancinhas saídas do TikTok têm aparecido nos feeds dos mais diversos profissionais, de nutricionistas e médicos a políticos.

No quadro "Arrasta pra cima" de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, a pesquisadora Issaaf Karhawi, uma das primeiras a estudar os influenciadores digitais no Brasil, foi desafiada a decidir se dá um "like" ou "vai de arrasta" para a seguinte afirmação: "As redes sociais aumentam a transparência da vida política e aproximam o cidadão das pessoas que ele elegeu, mas há políticos que viraram verdadeiros influenciadores".

Estar nas redes é performar. Eu vou de arrasta pra cima para a ideia de 'Tiktokização' de todas as profissões. Acho que é exigir que a pessoa atue quase como que em um terceiro período de trabalho
Issaaf Karhawi

Esse é o quadro do em que os apresentadores do Deu Tilt, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz, tratam a vida como se fosse uma rede social. Gostaram? Dão like. Acharam esquisito? Vão de arrasta pra cima.

Tem uma galera que discute que as plataformas trouxeram mais transparência e mais proximidade para a vida política, com antes um público pequeno e que poucas pessoas tinham acesso
Helton Simões Gomes

Para Diogo, a "tiktokização" da política compromete a vida pública, algo que ele viu em audiências públicas. Muitas vezes, parlamentares sobem na tribuna sem a intenção de debater um assunto específico e, sim, para discursar enfaticamente de modo que aquele momento vire um vídeo para o TikTok. Helton discorda.

Funciona como um filtro muito grande do tipo de profissional com quem você quer interagir, e isso é melhor do que as avaliações que as pessoas fazem depois de testar um produto
Helton Simões Gomes

'Poder dos recebidos': o que faz o Brasil ter 10 mi de influenciadores?

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Todo mundo quer ser influenciador? Talvez não, mas uma grande quantidade de brasileiros atua dessa forma. A estimativa é que sejam 10,4 milhões.

A chance de viralizar e mudar de vida é um dos principais chamarizes para quem quer ganhar a vida com as "publis", explica Issaaf Karhawi. Mas como o país chegou a tanta gente influenciadora?

O principal ponto é a baixa barreira de entrada para se tornar um influenciador. Significa que, para atuar profissionalmente como influenciador, não é preciso passar, por exemplo, pelo que chamamos de 'paradigma do expert'
Issaaf Karhawi

Por que influenciadores estão deixando de ser influenciadores?

A atuação dos influenciadores digitais é bastante recente, mas já está sendo transformada. E os efeitos dessa guinada são sentidos por todo mundo que segue alguma dessas figuras nas redes sociais.

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Se antes o foco de marcas era apenas contratar pessoas para divulgar produtos, agora o cenário é outro, explica Issaaf Karhawi, professora de comunicação e uma das primeiras a se dedicar à pesquisa de influenciadores no Brasil. Em sua participação no "Deu Tilt", o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas apresentado por Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes, ela enumerou ao menos três pontos para entender a remodelação dos influenciadores. O primeiro deles é a mudança de nomenclatura.

É interessante como a gente muda o foco: no marketing de influência, estamos olhando para a influência que eles têm, ou seja, sua capacidade de vender. Na 'creator economy' [economia dos criadores de conteúdo], estamos de olho nas habilidades de criação de conteúdo
Issaaf Karhawi

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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