Prejuízo de quase R$ 40 mil: homem é preso no golpe do Pix falso
Um homem foi preso após receber uma compra de material de construção no valor de R$ 19 mil, na cidade do Rio de Janeiro. A razão da detenção foi que os itens foram adquiridos com comprovante falso de Pix, gerados por um aplicativo clone de banco.
O que aconteceu
Um homem identificado como "Engenheiro Fernando" fez uma compra de R$ 18.425,55 em um depósito de materiais de construção por WhatsApp no dia 22 de agosto. Para concluir a operação, enviou um comprovante de Pix e informou que um motorista de aplicativo iria retirar o pedido.
No dia seguinte, um novo pedido, só que no valor de quase R$ 19 mil, seguiu a mesma lógica: foi enviado um comprovante e a indicação de entrega por motorista de aplicativo. O comerciante suspeitou que o comprovante era falso, pois o dinheiro da operação anterior não havia caído na conta e comunicou a polícia, segundo a PCERJ (Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro).
A polícia, então, seguiu o motorista de aplicativo e chegou numa pessoa identificada como Carlos Alberto de Souza, que receberia os itens. O homem disse que havia comprado os itens do "Engenheiro Fernando" no Facebook, e que "achava estranho os preços baixos pagos". Os itens comprados por ele - a maioria cabos elétricos - eram revendidos para terceiros.
Carlos Alberto de Souza foi preso por receptação no dia 23 de agosto. A PCERJ ainda tenta identificar quem é o "Engenheiro Fernando" que negociava a compra via WhatsApp com o depósito. O caso foi registrado na 12ª DP de Copacabana.
Golpe do Pix 2.0: clone de app do banco emite comprovante de transferência falso
Polícia do Rio de Janeiro diz que tem crescido esses golpes de falso comprovante do Pix no Estado, e que golpe pode acontecer tanto de forma virtual como presencial. Eles até gravaram um vídeo no Instagram da PCERJ, alertando para que comerciantes fiquem espertos e registrem boletim de ocorrência, caso ocorra com eles.
A empresa de segurança Kaspersky emitiu recentemente um alerta para esse mesmo tipo de golpe, que funciona da seguinte maneira:
- Golpistas vendem apps clones de banco em grupos no Telegram -- pesquisadores acharam pelo menos 10 opções de aplicativos falsos de bancos brasileiros;
- Pessoas mal-intencionadas compram esses apps, baixados fora da loja oficial de aplicativo, instalam nos seus celulares e começam a fazer operações falsas;
- Eles perguntam ao comerciante qual é a chave Pix e mostram um comprovante falso gerado neste app clone. Os criminosos contam com a boa-fé do comerciante que, em tese, acredita que a transferência foi realizada, sem checar se o dinheiro entrou na conta.
Apesar da ocorrência no Brasil, a empresa de segurança detectou golpe semelhante em outros países da América Latina, como Argentina e Peru, que também contam com soluções bancárias de transferência instantânea de dinheiro pelo celular.
Nos grupos de venda desses apps falsos, a dica dada pelos cibercriminosos é tentar ir em comércios de grande movimento para que os comerciantes não tenham tempo para checar se a transferência foi realmente feita Leandro Cuozzo, pesquisador de segurança da Kaspersky
A PCERJ sugere que:
- Lojistas e comerciantes tentem checar na hora se o pagamento do cliente por Pix caiu na conta;
- Vítimas deste golpe devem registrar boletim de ocorrência como estelionato, levando todas as informações do suposto fraudador, inclusive o comprovante falso.