Meia criada por brasileiros pode diminuir dores de quem tem pé diabético
Ruam Oliveira
Colaboração para Tilt
12/09/2024 09h30
Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará criaram uma meia para tratar os pés de pessoas com diabetes.
O pé diabético é uma das principais complicações da doença e surge a partir de problemas da circulação do sangue. Isso pode causar formigamento, dores, perda de sensibilidade nos pés, infecções e feridas que não cicatrizam, podendo chegar à amputação do pé em casos mais graves
Laura Marise, Nunca Vi 1 Cientista
No quadro "O brasileiro precisa ser estudado", do Brasil do Futuro, a plataforma do UOL sobre ciência e inovações, Laura Marise comenta que a meia pode levar esperança a pessoas diabéticas, além de impedir que casos complexos se agravem.
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O diabetes é uma doença crônica. Afeta o jeito como o corpo regula a glicose (açúcar) no sangue. O problema ocorre quando há falha na secreção ou ação da insulina, hormônio liberado pelo pâncreas que faz o controle glicêmico.
O chamado "pé diabético" ocorre quando há um quadro de diabetes com alto nível de açúcar por um período prolongado.
As complicações que acometem os membros inferiores incluem perda de sensibilidade e força, formigamento e dor. Quando não são tratados, esses sintomas podem levar a uma condição de deterioração dos pés a ponto dos tecidos morrerem, estado conhecido como gangrena. Em um cenário extremo, a condição pode levar ao amputamento total ou parcial do membro.
A meia é feita de um tecido de fibra de carbono, que libera óxido nítrico, uma substância com funções anti-inflamatória e antimicrobiana. O material também pode ajudar no tratamento de feridas e úlceras causadas pela diabetes. O material da meia libera um material que trata a pele do paciente por 12 dias.
De acordo com os pesquisadores, o tecido desenvolvido é mais barato e eficaz que outros modelos do mercado. Como ele envolve e se molda ao pé do paciente, pode também ser usada nas mãos, por exemplo, ajudando a aliviar dores crônicas
Laura Marise
O invento foi patenteado no Brasil. Também foi aprovado pelo programa do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) que incentiva projetos inovadores e segue agora para uma produção em larga escala. Os desenvolvedores esperam que o produto esteja disponível para venda em breve.