A bolha da IA: quem paga a conta se investimento bilionário for só ilusão?

(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: O pesadelo dos currículos feitos com IA; A bolha da IA vai estourar? e Adeus, antena parabólica de TV)

Bilhões foram investidos em ferramentas de inteligência artificial. Mas, até agora, as grandes e pequenas empresas que disputam a tecnologia não viram um retorno tão expressivo.

Como elas não parecem desacelerar, mas, sim, dobrar a aposta, já tem quem veja no movimento uma bolha especulativa. Essa euforia tem data para acabar? Quando a bolha de IA vai estourar?

Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz discutem os sinais da bolha da IA no novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para humanos por trás das máquinas.

Conforme as empresas de tecnologia começaram a vender essas ferramentas [de IA] e colocar muita grana nelas, os investidores começaram a olhar assim: 'peraí, a gente está colocando dinheiro pra caramba nisso, mas as pessoas estão comprando essas ferramentas? está voltando em dinheiro?' e o que eles têm percebido é que isso não tem acontecido
Helton Simões Gomes

Mas o que é bolha?

Bolha é um fenômeno de expansão desenfreada do preço de um determinado ativo financeiro para além dos fundamentos que determinam seu valor de negociação. Mais ou menos como ocorre com uma bolha de sabão.

Só que bolhas, quando estamos brincando com água e sabão, estouram. E o que seria estourar nesse caso? É alguém perceber que talvez esse ativo não vale tudo isso. Ou seja, não valem o investimento nem o preço pelo que estou cobrando
Helton Simões Gomes

A formação das bolhas é a materialização do Fomo [Fear of Missing Out, em tradução livre]
Diogo Cortiz

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É bolha

Dois anos após a euforia de 2022 e muitos bilhões investidos, a pergunta que começa a surgir é: onde está o retorno financeiro?

A gente vive em uma sociedade capitalista: se você está colocando dinheiro é porque quer mais dinheiro de volta, certo? E eles [investidores] perceberam que o retorno está um pouco mais demorado
Diogo Cortiz

Diogo ressalta que diversos bancos já fazem projeções reduzindo os lucros resultantes da IA. Um deles, o Goldman Sachs, reuniu opiniões de gente do mercado e acadêmicos mostrando que as expectativas serão frustradas se a intenção é lucrar com inteligência artificial.

As empresas de tecnologia estão investindo muito em uma tecnologia sobre a que foram avisadas que não daria tanto retorno. O que elas fizeram? Puxaram o freio de mão? Não. Elas investiram ainda mais
Helton Simões Gomes

Isso impulsiona ainda mais a noção de bolha de IA, porque aumenta o sentimento de euforia em torno dessas ferramentas. Outra demonstração de que o que se vive atualmente é uma bolha está nos altos investimentos em startups de IA, que sequer possuem faturamento, mas já atraem bilhões em capitalização.

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Não é bolha

Entre aqueles que consideram que não existe uma bolha de IA estão os que avaliam que a tecnologia leva tempo para gerar lucro.

Um ponto desfavorável a essa tese é que a inteligência artificial chegou muito rápido, cresceu muito rápido e deu esperanças aos investidores de que a grana ia vir rápido também
Helton Simões Gomes

Por que Brasil o vai aposentar antena parabólica que já conectou milhões?

Com Globo, Band, Record e RedeTV! desligando o sinal das transmissões analógicas de TV, as antenas parabólicas de TV estão cada vez mais próximas da aposentadoria.

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Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz discutem o que explica a saída do ar da antena que já chegou a conectar milhões de brasileiros.

E também fazem um exercício imaginativo: e se ela nunca tivesse existido? Como teria sido a vida do brasileiro?

Acho que o Brasil seria mais triste, com menos informação e talvez ainda mais desigual, porque a parabólica teve uma função social importantíssima
Diogo Cortiz

Enxurrada de currículos com IA: desempregados se vingam do RH

A inteligência artificial está chacoalhando o mundo do trabalho. Antes, as empresas recorriam a ferramentas com IA para selecionar candidatos. Agora, o jogo virou, e são os candidatos a uma vaga que recrutam as máquinas para ajudá-los.

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Com isso, os recrutadores estão sofrendo com uma enxurrada de currículos elaborados por ChatGPT e companhia. O problema? Documentos genéricos que dizem pouco ou quase nada sobre o profissional ou suas habilidades. Com isso, o processo seletivo se arrasta.

No novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para humanos por trás das máquinas, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz comentam as práticas de desempregados em busca de trabalho que estão colocando o RH para pensar.

O setor de RH é um dos pioneiros dentro das empresas [no uso da IA], até porque precisa lidar com alguns processos que às vezes são mais fáceis quando tem alguma ferramenta tecnológica
Helton Simões Gomes

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana.

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