Celular proibido: 5 fatos mostram ventos favoráveis à proibição nas escolas

(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: É hora de expulsar o smartphone das escolas? Devolve meu dado, LinkedIn; O que acontece quando empresas peitam países?)

A discussão sobre a proibição de smartphones nas escolas vai esquentar em outubro. O governo federal deve apresentar neste mês um projeto de lei para restringir o uso do aparelho em instituições de ensino em todo país.

No novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes discutiram sobre como este é o momento ideal para o Brasil banir os celulares da escola.

Os motivos? Há uma inédita convergência política; pais, mães e responsáveis são a favor; são muitos os exemplos internacionais; estudos já comprovaram como o celular drena a atenção; e há poucas evidências da colaboração do aparelho no processo pedagógico.

Não é banir o smartphone das escolas de uma forma total, é banir para esses usos indesejados. É ter regras específicas para usar o dispositivo dentro de um processo pedagógico, seja para fazer uma atividade ou outra dinâmica
Diogo Cortiz

Processo pedagógico

Os setores da sociedade contrários argumentam que a proibição dos celulares é um retrocesso e demoniza os dispositivos. Em sua participação no Deu Tilt, Rodrigo Nejm, especialista em educação no Instituto Alana, avalia que há "muitas desvantagens trazer o celular pessoal do estudante para dentro das escolas". Diogo concorda.

Quando vamos estudar os casos, vemos que o uso do smartphone é muito pequeno dentro do processo pedagógico. Os alunos usam mais para joguinho, para troca de mensagens, e isso acaba levando a uma dispersão maior dentro do processo de estudo e de socialização
Diogo Cortiz

Proibições internacionais

O MEC (Ministério da Educação) prepara um pacote com medidas restritivas para uso do smartphones em escolas, a ser apresentado em outubro. O Brasil não está sozinho nessa discussão.

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De acordo com o relatório da Unesco que faz monitoramento global da educação, cerca de um a cada quatro nações no mundo já restringem o aparelho nas escolas. São exemplos Austrália, França, Finlândia, Itália e Holanda.

Falta de atenção

O banimento do smartphone na escola é a maneira de combater os efeitos do aparelho na falta de atenção. Esse desvio da atenção, somado a outros estímulos do smartphone, impacta a aprendizagem, afirma Rodrigo Nejm.

As horas de uso fora da escola são tão intensas que a própria relação com o mundo tem sido acelerada e fragmentada. e essa fragmentação da atenção, de tantas horas por dia convivendo só com essas informações rápidas e curtas, pode sim prejudicar o próprio desempenho acadêmico e a capacidade de aprendizagem de crianças e adolescentes
Rodrigo Nejm

Pais e mães contra criança ter celular

A maioria dos pais, mães e responsáveis por crianças e adolescentes até os 17 anos (58%) acredita que menores de 14 anos não deveriam ter celular ou tablet próprios, segundo uma pesquisa do Datafolha elaborada para o Instituto Alana.

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Antes de implementar a proibição de smartphones nas escolas, a prefeitura do Rio de Janeiro conduziu uma consulta pública. Elaborado em janeiro deste ano, o levantamento detectou que 83% dos respondentes eram favoráveis ao banimento, que foi implementado em todas as dependências das escolas no mês seguinte.

Convergência política

Localidades como Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Roraima, Tocantins e Maranhão já possuem legislações que vetam o uso dos smartphones na escola. Mas é em São Paulo que o debate para elaborar uma lei estadual sobre o tema sinaliza uma inédita convergência política.

De autoria da deputada estadual Marina Helou (Rede), o Projeto de Lei 293/2024 propõe vetar smartphones e outros dispositivos eletrônicos nas escolas e possui como coautores os parlamentares Altair Moraes (Republicanos), Luca Bove (PL) e Professora Bebel (PT).

Sem aviso, LinkedIn usa dados de usuários para treinar IA

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A Meta já fez isso. O X (ex-Twitter) também. Agora chegou a vez do LinkedIn passar a usar dados produzidos por seus usuários, incluindo posts, para treinar sua inteligência artificial.

Se tinha uma coisa que a gente podia esperar é que todas as plataformas fariam esse movimento
Diogo Cortiz

Um fato chama ainda mais a atenção: ainda não há notícias sobre quais produtos ou serviços a rede social dos empregos está desenvolvendo com o treinamento de IA envolvendo nosos dados. Ainda mais nebulosos são os propósitos do uso desses dados.

Após o podcast ir ao ar, o LinkedIn entrou em contato para informar que os usuários podem optar por não ter seus dados usados para treinar suas ferramentas de IA.

Estamos fazendo mudanças que oferecem às pessoas que usam o LinkedIn ainda mais opções e controle em relação a como utilizamos os dados para treinar nossa tecnologia de IA generativa. Estamos introduzindo novas ferramentas com IA que beneficiam todos(as) os(as) usuários(as), ao mesmo tempo em que garantimos que aqueles(as) que têm preferências específicas de privacidade tenham uma maneira fácil de optar por não participar. As pessoas podem escolher não participar, mas elas vêm ao LinkedIn para serem encontradas para empregos e networking, e a IA generativa é parte de como estamos ajudando os profissionais nessa transformação
LinkedIn

Musk x Moraes é round de briga maior: Big tech x soberania de países

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A briga entre o bilionário Elon Musk e o ministro do STF Alexandre de Moraes não só tirou o X do ar, mas também sequestrou a atenção dos brasileiros.

A rede social do dono da Tesla afirmou ter cumprido as exigências de Moraes para voltar à ativa, mas o ministro não concorda muito com isso.

Ainda que você discorde das várias decisões do Xandão, ele está tomando [essas decisões] quer queira, quer não, com base em leis que a gente escreveu enquanto sociedade aqui no Brasil, então de alguma forma isso [não acatar decisões] é uma afronta ao que entendemos como soberania
Helton Simões Gomes

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana às 15h.

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