Corintiana, líder da Microsoft tem voz clonada com IA: 'Toca no Calleri'

(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: O humano obsoleto; Brasil, a potência da IA de baixo carbono; A voz clonada da corintiana para torcer pelo São Paulo)

A criatividade do brasileiro não tem limites quando o assunto é brincadeira. Em sua participação no Deu Tilt, o podcast do UOL sobre tecnologia, a presidente da Microsoft no Brasil, Tânia Cosentino, contou que teve a voz clonada com inteligência artificial por colegas de trabalho para dizer "toca no Calleri que é gol". Detalhe: ela é torcedora do Corinthians. "Gente, isso é fake news, cuidado!", reforçou.

Com apenas 3 segundos de áudio, eu copio a sua voz. E, com pouco mais de 10 segundos, eu copio a sua imagem. No meu tempo, falavam que tinha de ver para crer. Hoje, é melhor checar a fonte e mais de uma, porque você vai ver, vai ler e não pode crer
Tânia Cosentino, presidente da Microsoft no Brasil

A executiva diz que a empresa apoia o projeto de lei que regula a inteligência artificial no Brasil e está tramitando no Senado. Para ela, é preciso em limites éticos para as ferramentas inteligentes, sobretudo naquelas que copiam voz e imagens dos seres humanos.

"O que nós promovemos dentro da organização não é necessariamente impedir a inteligência artificial - porque isso seria um erro, traria um retrocesso para o Brasil entre as nossas empresas e as internacionais. O que temos discutido é buscar regular casos de uso
Tânia Cosentino

Cosentino acrescenta que a Microsoft já colaborou com a criação de marcos importantes para a tecnologia no Brasil, como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e o Plano Nacional de Inteligência Artificial.

Uso de dados para treinar IA

Não é novidade que as big techs já usam dados públicos para treinar IA. Atualmente, as discussões são sobre se elas devem remunerar os donos ou os produtores desses dados. Cosentino diz que a política da Microsoft é não usar dados de clientes.

O seu dado é seu e se eu quiser usá-lo tenho que pagar por ele
Tânia Cosentino

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IA vai roubar meu emprego?

Cosentino diz que há muitos estudos que calculam quantos e quais empregos serão extintos e criados. O que ela afirma ver com bons olhos é o panorama que nasce desse contexto.

Uma certeza que a gente tem é que os empregos serão transformados. O grande problema não é o emprego que eu crio ou elimino, mas como eu transformo o profissional para ele pegar um emprego de maior valor agregado
Tânia Cosentino

Prestes a completar 36 anos de atuação em solo brasileiro, a organização investe em capacitação profissional. "Lançamos dezenas de trilhas de treinamento, desde letramento digital até ciência de dados. E aí, se você é uma pessoa com zero experiência no computador, vai para o letramento digital. À medida em que for adquirindo conhecimento e tenha interesse, pode ir perseguindo diferentes trilhas."

A gente entende que essa é a forma certa de trabalhar, porque é uma doação de volta para o país, mas que se reverte em benefícios para o negócio, porque mais gente capacitada vai usar nossa tecnologia [e isso] nos ajuda a crescer nosso próprio negócio
Tânia Cosentino

'Obsolescência do humano', diz presidente da Microsoft sobre quem evitar IA

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Quem acha que a inteligência artificial é moda passageira está fadado a se tornar um ser humano obsoleto, diz Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil. Em conversa com o podcast Deu Tilt, a líder da Big Tech no país falou da adaptação de trabalhadores à nova tecnologia, de como ela mesma aderiu a ferramentas inteligentes até em tarefas cotidianas e como das transformações que até o Windows está sofrendo com IA.

Eu falo que a obsolescência do humano existe. A gente já fala há muito tempo sobre 'life long learning', a necessidade de você continuar estudando até o último dia da vida. Isso é uma realidade. Quando se fala hoje de IA, que está permeando todos os aspectos da sociedade, não dá para dizer 'eu não sou uma pessoa de tecnologia e não preciso saber disso'. Sim, você precisa
Tânia Cosentino

Para Cosentino, a inteligência artificial não vai substituir o ser humano, mas auxiliá-lo a ser um profissional melhor. "A IA está aqui, hoje, não é mais uma tecnologia de futuro (...) É importante que todos nós criemos uma fluência mínima nisso que está [acontecendo] hoje e no que está por vir".

R$ 14,7 bi no país: 'Brasil pode liderar a era de IA de baixo carbono'

A preocupação com o impacto no meio ambiente está na linha do horizonte das empresas. Ainda mais em tempos de emergência climática. Durante o AI Tour, a Microsoft anunciou investimento de quase R$15 bilhões (R$ 14,7 bi) no país pelos próximos três anos.

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O dinheiro vai para a construção e renovação de data centers, que, a empresa planeja, estejam operando com fontes renováveis de energia até 2025.

A matriz energética brasileira é predominantemente verde, historicamente pelas hidrelétricas, mas vimos inserindo as fontes eólicas, usinas solares, o biocombustível e agora estamos falando de hidrogênio verde. Temos um portfólio de energia verde amplo"
Tânia Cosentino

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana.

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