Nasa e SpaceX lançam sonda para descobrir se lua de Júpiter tem vida
De Tilt*, em São Paulo
14/10/2024 13h32
A Nasa lançou hoje à tarde a espaçonave Europa Clipper, que vai explorar uma lua oceânica que orbita Júpiter, chamada Europa.
A lua é conhecida desde 1610. As primeiras imagens próximas da lua foram feitas pela sonda Voyager em 1979, revelando misteriosas linhas avermelhadas em sua superfície. Na década de 1990, a sonda Galileo confirmou a muito provável presença de um oceano.
O que aconteceu
Foguete SpaceX Falcon Heavy foi lançado por volta das 12h06 (13h06, no horário de Brasília). A espaçonave saiu do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
O lançamento aparentou ter tido sucesso. Ele foi transmitido ao vivo no YouTube pelo canal da Nasa.
A sonda é a maior projetada pela Nasa para exploração interplanetária. Ela tem 30 metros de comprimento com seus painéis solares estendidos, projetados para capturar a luz fraca no caminho para Júpiter.
O Europa Clipper carrega diversos instrumentos ultrassofisticados. Entre eles câmeras, espectrógrafo, radares e magnetômetro.
A viagem deve durar cinco anos e meio para chegar a Júpiter. A sonda percorrerá 2,9 bilhões de quilômetros e, a partir da sua chegada, a missão principal durará quatro anos. Além disso, a sonda fará 49 sobrevoos por Europa, a cerca de 25 quilômetros da superfície.
Foram US$ 5,2 bilhões para a missão (R$ 29,2 bilhões na cotação atual). Cerca de 4.000 pessoas trabalharam durante aproximadamente uma década nesta missão, um investimento justificado pela importância dos dados a serem recolhidos, segundo a Nasa.
A espaçonave funcionará ao mesmo tempo que a sonda Juice. A Juice é da Agência Espacial Europeia (ESA) e estudará outras duas luas de Júpiter, Ganimedes e Calisto, além de Europa.
O Europa Clipper tentará responder à questão da habitabilidade da lua. A grande pergunta é: Europa tem as condições que permitem a existência da vida? Se existirem, a vida poderia estar no oceano na forma de bactérias primitivas, explicou Bonnie Buratti, cientista-adjunta da missão. Embora muito profundo para o Europa Clipper ver.
A missão deve permitir determinar a estrutura e a composição da sua superfície congelada. Além da profundidade e até mesmo a salinidade do eventual oceano. Tudo para entender se ali há os três ingredientes necessários à vida: água, energia e alguns compostos químicos.
É uma oportunidade para explorarmos não um mundo que poderia ter sido habitável há bilhões de anos [como Marte], mas um que pode ser habitável agora.
Curt Niebur, chefe da parte científica da missão
*Com informações da AFP