Brasileiros avançam no uso do veneno de aranha-caranguejeira contra câncer
O veneno da aranha-caranguejeira pode ser crucial no combate ao câncer.
Isso é o que mostra os avanços dos pesquisadores do Instituto Butantan e da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, que mantém o Hospital Albert Einstein.
Eles estão pesquisando os efeitos de uma molécula extraída do veneno da Vitalius wacketi, uma aranha da família das tarântulas, que é nativa brasileira e encontrada principalmente no litoral de São Paulo.
O veneno dela foi fabricado e purificado em laboratório para pegar uma molécula da classe das poliaminas, a principal toxina desse veneno. Essa molécula foi testada em células, e os pesquisadores viram que ela foi capaz de eliminar células de leucemia nos testes em tubo de ensaio
Laura Marise, Nunca Vi 1 Cientista
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Depois de realizado o processo de purificação e síntese da molécula, os testes mostraram que ela é capaz de matar células cancerígenas.
O grande diferencial do composto é que ele eliminou as células tumorais por apoptose, um tipo de morte celular programada. Isso significa que a célula se autodestrói sem causar uma reação inflamatória, como se fosse uma morte mais limpa, ao contrário do que acontece com boa parte dos medicamentos quimioterápicos, que matam as células por necrose
Laura Marise, Nunca Vi 1 Cientista
Thomaz Rocha e Silva, pesquisador responsável pelos testes, explica que, na apoptose, a célula tumoral "sinaliza" que está morrendo. A partir daí, o sistema imune remove os fragmentos. Eles fiizeram as análises em células cancerígenas da leucemia.
Os pesquisadores farão testes também em células do câncer de pulmão e de ossos. Também submeterão à análise células saudáveis, para garantir que a molécula não é tóxica. Querem com isso detectar se ela danifica apenas as células cancerígenas.
Outra vantagem dessa molécula é que ela é bem pequena e isso torna o processo de síntese muito mais simples --e também barato
Laura Marise, Nunca Vi 1 Cientista
Quanto mais barato é uma incógnita. O processo já foi patenteado, mas os pesquisadores seguem com estudos para realizar testes em maior escala. Isso quer dizer que o método tem um longo caminho até ser validado como um tratamento eficaz.
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