Como funcionam óculos-espiões que teriam sido usados para comprar votos?
Uma mesária em uma cidade do Pará suspeitou que eleitores estavam utilizando óculos com microcâmeras acopladas na cabine de votação durante o primeiro turno nas eleições municipais de 2024. O objetivo seria comprovar o voto em um candidato a vereador. As informações foram reveladas pelo Fantástico (TV Globo).
Veja abaixo como funciona o dispositivo.
Como funcionam os óculos-espiões?
Com a câmera integrada, os óculos podem tirar fotos e gravar vídeos. O usuário consegue, via USB, carregar o dispositivo e transferir os arquivos gerados pelos óculos. Em alguns modelos, o cartão de memória é inserido na dobradura de uma das pernas dos óculos.
Vídeos ensinam o usuário a manusear os óculos. Tutoriais explicam as instruções que usualmente são encontradas no manual do produto, como a maneira correta para carregar e ligar a câmera, como tirar fotos e gravar vídeos, e como transferir as gravações para um computador, por exemplo.
O artefato é facilmente encontrado para compra na internet. Há diversos anúncios de óculos com câmera integrada, com valores que variam de acordo com os recursos oferecidos pelos óculos. Alguns modelos, por exemplo, têm também a função Bluetooth. A estrutura do objeto também varia, com diferentes espessuras de armação e locais em que a câmera é instalada.
Óculos com câmera escondidas podem ser adquiridos por R$ 300. Modelos com mais recursos podem chegar a R$ 700, enquanto produtos que contam também com fones de ouvido podem ultrapassar R$ 1.200. A tecnologia garante que as fotos e os vídeos gerados pelos óculos tenham boa resolução. Quanto maior a resolução, maior o valor a ser pago nos óculos-espiões.
O que aconteceu
Em Ourilândia do Norte, no Pará, uma mesária suspeitou que diferentes eleitores estavam entrando com os mesmos óculos na cabine de votação. O objeto, de espessura grossa, tinha uma microcâmera embutida e serviria para que eleitores comprovassem voto no candidato à reeleição Irmão Edivaldo (MDB). As informações são do Fantástico (TV Globo).
Uma eleitora disse à Justiça Eleitoral que tinha recebido R$ 200 de uma pessoa para votar em Edivaldo. De acordo com o Fantástico, a eleitora relatou que só receberia o dinheiro se comprovasse que havia, de fato, votado no candidato. A comprovação seria realizada justamente por meio da filmagem feita pelos óculos.
Edivaldo foi preso em flagrante, mas solto após pagar fiança. O vereador, que obteve 848 votos e foi reeleito, chegou a usar uma sessão da Câmara de Vereadores para se defender das acusações, negando as acusações.
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