'Feed zero' e contas FK: como geração Z mudou jeito de usar redes sociais

(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: Vem de DM, FK; O longo adeus ao 3G; Celular até mexe com seu cérebro, mas causa câncer?)

São as redes sociais que regem o comportamento das pessoas ou as pessoas é que mudam as redes sociais? A geração Z, jovens nascidos entre 1995 e 2010, tem adotado uma forma de usar essas plataformas que é diferente de tudo o que se via anteriormente.

Nesta semana Deu Tilt, o podcast do UOL para humanos por trás das máquinas, analisa como a geração Z está mudando a lógica das redes sociais com fenômenos como 'feed zero' e contas FK, vulgo fake.

O comportamento foi sendo modificado e se adaptando ao que as plataformas entregam, até que chegamos aos dias de hoje em que as pessoas cada vez mais se expõem nas redes sociais, mas além de se expor percebem as consequências não só para a imagem delas, como [também] isso afeta a saúde mental delas
Helton Simões Gomes

Entre as práticas de uso mais esquisitas está o que ficou conhecida como "feed zero". Trata-se de não publicar absolutamente nada e, mesmo assim, usar as redes de forma intensa. Como?

Parece que é um perfil fake, mas não. É mantido por uma pessoa real, não um bot, na maioria das vezes um adolescente
Helton Simões Gomes

Por trás de um "feed zero" há alguém que quer livrar sua identidade de qualquer exposição. Às vezes o feed até deixa de ser zero, mas de forma imperceptível. É o chamado "post relâmpago": uma foto ou vídeo publicada e arquivada imediatamente para não aparecer nas timelines de imediato, desarquivada logo depois para não alcançar muita gente.

Tem muitas outras coisas que essa geração nova vem experimentando. O 'feed zero' é um fenômeno recente, mas a gente tem que ver se isso vai durar
Diogo Cortiz

O pesquisador ressalta que, ainda que seja uma prática realizada por alguns grupos da geração Z, não é algo disseminada por todos dessa faixa etária.

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Circulando onde ninguém vê

Se as fotos desaparecem dos feeds, não significa que não estejam circulando por lugar algum. Adam Mosseri, diretor do Instagram, afirmou que a rede já se deu conta de que as DMs e o stories se tornaram espaços de grande movimentação entre os jovens.

A Meta investe muito no serviço de mensageria e está tentando alavancar isso porque é uma área que tem muito uso
Diogo Cortiz

Além do feed zero, muitos usuários criam as contas FK, abreviação para "fake" (falso, em inglês). O hábito é tão comum na geração Z que ultrapassa barreiras. Nos Estados Unidos, os jovens as chamam de "finsta" (fake Insta).

Mas não são quaisquer contas falsas. Elas funcionam como perfis secundários usados para stalkear os outros ou criadas para seus donos manterem longe dos olhos de conhecidos gostos e preferências secretas.

Eu conheço gente que cria conta FK para xingar pessoas que ela não poderia xingar pelo perfil oficial
Helton Simões Gomes

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Há outras tendências como a exclusão de filtros ao postar fotos ou vídeos e usar a ferramenta de busca da plataforma para pesquisar por informação. Diogo Cortiz associa essas mudanças que estão acontecendo nas redes sociais a uma questão geracional, porque as preocupações e propósitos são diferentes dos das gerações anteriores.

Fim do 3G: tecnologia que inaugurou banda larga móvel começa a ser enterrada em 2025

O começo do fim do 3G já tem data marcada: abril de 2025. A partir de então, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) deixará de homologar aparelhos que possuam só as tecnologias 2G e 3G. Essa ação não vai impactar apenas aparelhos celulares, mas qualquer dispositivo que necessite de radiofrequência, como câmeras e sensores.

Hoje em dia, esses aparelhos não tem porquê ter 4G, porque precisam de uma banda muito limitada e ágil para transmitir informação
Helton Simões Gomes

Apesar de estar com os dias contados, a tecnologia não vai simplesmente evaporar do mapa. Vai levar um tempo até que ela vire peça de museu. Será necessário fazer uma transição da infraestrutura, já que hoje em dia a maioria das antes são 2G e 3G, para 4G e 5G.

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Celular causa câncer no cérebro? Novo estudo traz resposta

Uma das teses mais antigas -e bastante disseminada- a respeito do celular é a de que os aparelhos causam câncer no cérebro.

Para ajudar a desmistificar de vez essa história, a OMS (Organização Mundial da Saúde) encomendou um estudo. O material foi publicado na respeitada publicação Environment International.

Usando várias técnicas de método científico e de estatística, [a revisão sistemática] consegue trazer uma posição a partir dessa combinação de estudos
Diogo Cortiz

A revisão sistemática organizada pela OMS reuniu mais de 5 mil estudos que abrangem desde o início da implantação da rede de telecomunicações até 2022.

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DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo às 15h.

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