Par de buracos negros com explosões de luz incomuns intriga astrônomos

Um par de buracos negros encontrados em uma galáxia distante está provocando explosões incomuns de luz, segundo os astrônomos. Os fenômenos cósmicos estão no centro de uma galáxia chamada de 2MASX J21240027+3409114, que fica localizada a cerca de 1 bilhão de anos-luz de distância do Sistema Solar, na constelação do norte de Cygnus.

O que aconteceu

Os buracos negros completam uma órbita uma vez a cada 130 dias. Segundo o site especializado Space.com, eles estão a 16 bilhões de quilômetros de distância um do outro.

Nos últimos três anos, eles consumiram cerca de 1,5 a 2 massas solares de gás da nuvem. A expectativa é que eles colidam e se fundam em cerca de 70.000 anos, segundo pesquisadores de um estudo publicado em novembro na revista Astronomy & Astrophysics.

Alerta veio em março de 2021. Os astrônomos observaram pela primeira vez as estranhas emissões por um sistema automatizado que usa dados da Zwicky Transient Facility (ZTF) na Califórnia para detectar objetos que rapidamente queimam no céu do norte.

Explosões em 2022 levaram a outras explicações. Antes, o fenômeno foi sinalizado com uma potencial supernova devido ao padrão repentino de brilho. O evento foi reclassificado, na sequência, como um núcleo galáctico ativo —um termo usado para classificar um buraco negro que se alimenta de material de um disco de acreção circundante.

Lorena Hernández-García, autora do estudo e astrofísica do Instituto Millennium de Astrofísica, no Chile, disse ao Space.com: "Isso é muito diferente de qualquer coisa que eu já vi antes".

O que sugerem os dados

Os dados não apontaram até o momento nenhuma característica de um evento de perturbação, ou TDE. É quando uma estrela é dilacerada pela gravidade de um buraco negro.

O modelo que se encaixa nos dados sugere que uma enorme nuvem de gás se aproximou da galáxia em uma trajetória perpendicular à órbita dos dois buracos negros. Maior do que o próprio sistema binário, a nuvem de gás teria sido despedaçada pelas imensas forças gravitacionais dos buracos negros.

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Essas emissões em forma de M, se realmente for o caso, podem ser explicadas por pedaços de gás que são ejetados para o espaço cada vez que um buraco negro percorre a nuvem de gás. Porém, os pesquisadores ainda não descartam a possibilidade de um tipo previamente desconhecido de TDE parcial ocorrendo nesta galáxia, disse Hernández-García.

Hernández-García atribui a falta de detecções anteriores à instrumentação limitada. Ela ainda afirmou que desde que a ZTF começou a mapear em 2018 "estamos encontrando muitas coisas estranhas que não possíveis de ver antes."

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