Máquina com emoção e resumo do dia: o que esperar dos avanços da IA

Não sabemos se a inteligência artificial vai dominar o planeta, mas aos poucos ela ocupa espaço e traz soluções para facilitar nosso dia a dia. Ainda não estamos no mundo dos "Jetsons" (você se lembra do desenho?) e a conta para chegar lá não é tão simples, diz Daryl Cromer, vice-presidente e CTO de Inteligências e Devices, da Lenovo.

"De certa forma, nós já o superamos. Em outras, ainda não. O conhecimento está se movendo muito mais rápido do que nossos sistemas mecânicos conseguem acompanhar. Mas, diria que hoje estamos mais perto do universo do desenho do que estávamos há cinco anos", afirma.

Durante o Lenovo Tech World, que aconteceu em Seattle (EUA), Tilt conheceu algumas das novidades da marca para colocar inteligência artificial no seu cotidiano. Confira:

Assistentes domésticos (mais que) inteligentes

Budy, assistente pessoal com AI
Budy, assistente pessoal com AI Imagem: Divulgação

Sabe quando o Homem de Ferro fala com o Jarvis, pedindo ajuda e informações enquanto salva o mundo? A Lenovo está desenvolvendo dois tipos de assistentes com AI que podem ter funções semelhantes. Por enquanto, ainda são protótipos.

Um deles é o "Budy", dispositivo que funciona por comando de voz e consegue simular emoções. Formado por base e tela, mostra no display expressões. Se você pede, por exemplo, para que ele busque passagens áreas, ele faz cara de concentrado. Quando está fora de uso, parece estar dormindo.

A tecnologia simula interações humanas para cumprir tarefas dadas por você, como marcar médicos, reuniões, fazer pesquisas e buscas conforme a sua necessidade.

Outro dispositivo doméstico apresentado foi o "Home AI Brain", que tenta ser o cérebro da casa. Ele analisa o comportamento dos moradores (usando dados de celulares e computadores) para avisar se sua jornada de trabalho está muito longa e é hora de parar ou se você precisa comer comidas mais saudáveis, indicando receitas ou restaurantes perto para atender essa demanda.

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Resumo do dia

Se você ficar meia hora sem olhar no celular, terá de lidar com dezenas de mensagens e notificações acumuladas. Por isso, a Motorola está desenvolvendo um recurso para seus aparelhos que se chamará "Catch me up" (me atualize, na tradução livre).

Quando você clicar nele, receberá um resumo de tudo o que aconteceu quando não estava olhando para tela, feito com a ajuda da inteligência artificial. Dessa forma, vai conseguir atender mais rápido o que de fato é importante.

Para o bem da sua saúde

Duas soluções com inteligência artificial foram apresentadas para quem enfrenta problemas de saúde: uma para pessoas que vão perder a voz por conta de alguma doença (como a esclerose) e outra para pacientes que passam por cirurgias cardíacas.

Uma voz para a eternidade

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Erin Taylor foi diagnosticada com esclerose aos 24 anos
Erin Taylor foi diagnosticada com esclerose aos 24 anos Imagem: IRENE G. RUIZ

De uma parceria entre a Lenovo, Scott Morgan Foundation e a ElevenLabs, nasceu um aplicativo capaz de replicar a voz, com o uso de um avatar extremamente realista.

"Antes dessa parceria, Erin precisaria de cinco horas de estúdio e a gravação de cerca de 500 frases para conseguirmos replicar sua voz. Ela nunca conseguia gravar mais de 30 de uma única vez, porque ficava cansada. Era muito esforço", disse Lavonee Roberts, diretora-executiva da Scott Morgan Foundation, sobre uma mulher de 24 anos que já sofre com as limitações da doença e participou do evento.

Hoje, os pacientes precisaram de apenas um vídeo gravado com o celular, com a duração de dois minutos para clonar sua voz. A réplica é usada para reproduzir as frases, criadas no aplicativo da Lenovo, que pode ser comandando apenas com o uso dos olhos.

"Hoje eu consigo falar com meus filhos e dizer que os amo. Mas em breve, a esclerose múltipla vai levar minha voz", explicou Iomar Barrett, outro paciente diagnosticado com a doença esse ano. "A tecnologia é minha maior esperança. Com o avanço dela vou poder cantar parabéns para meus filhos e até brindar em seus casamentos."

No ritmo do coração

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O Instituto do Coração (InCor) desenvolveu com a Lenovo um app com inteligência artificial para monitorar os batimentos cardíacos de pacientes por até 15 dias após a realização de uma cirurgia cardíaca. Em tempo real, ele identifica arritmias.

O TRAdA (Telemonitoramento Remoto Assistido de Arritmia) já está em testes e deve ser liberado para o uso no Brasil no segundo semestre de 2025.

"Terá um sistema integrado com hospital e será monitorado 24 horas por dia por um profissional da saúde", diz Hildebrando Lima, diretor de P&D da Lenovo Brasil.

"Conseguimos analisar se o paciente está tendo uma fibrilação atrial, que é uma arritmia muito importante, que associada a outros eventos pode ser grave. Além disso, o paciente pode relatar seus sintomas", diz Marco Antônio Gutierrez, diretor da Unidade de Tecnologia da Informação do InCor.

Um dispositivo ficará colado no peito do paciente o tempo todo, transmitindo os dados para o aplicativo. Ele poderá dizer, com o toque de um botão, se está se sentindo mal e qual sintoma.

O profissional da saúde poderá determinar se pede para o paciente ir ao hospital ou manda uma ambulância para sua casa, por exemplo.

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"Testamos com 250 pessoas, em três fases. Na última, por exemplo, um paciente de 56 anos estava prestes a ter uma tromboembolia pulmonar. O dispositivo detectou e a equipe do InCor entrou em contato com ele, pedindo para que viesse ao hospital. Esse serviço tem a potencial de salvar vidas", diz Lima.

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