Brasileiros encontram componente que torna antibiótico menos tóxico
Cientistas do Laboratório de Biologia Estrutural Aplicada da Universidade de São Paulo (ICB-USP) estão dando um novo passo em direção a antibióticos menos tóxicos e mais seguros.
A gentamicina, muito usada em tratamentos de infecção de pele, meningite ou pneumonia, está sendo destrinchada pela equipe do Centro de Pesquisa em Biologia de Bactérias e Bacteriófagos. Ela descobriu que essa molécula pode ser o segredo para remédios mais seguros no combate a bactérias.
A gentamicina é um antibiótico produzido pela bactéria Micromonospora purpurea e é composto por cinco moléculas diferentes, com atividades e toxicidades diferentes. E a separação e compreensão dessas moléculas são fundamentais para aprimorar o medicamento
Ana Bonasa
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A proposta da pesquisa é observar mais atentamente duas desses cinco moléculas: C2 e C2a, que têm estruturas semelhantes.
O pulo do gato aqui foi a enzima GenB2 que é a responsável por transformar C2 em C2a. Sem a enzima, não temos C2a, e o antibiótico teria só 4 moléculas. Mas pequenas variações nesse processo, produzindo mais C2a, podem melhorar a eficácia e também diminuir a toxicidade do antibiótico
Ana Bonasa
O uso da gentamicina ainda é limitado, pois, em excesso, pode prejudicar órgãos vitais, como rins e ouvidos.
O estudo, publicado na revista ACS Chemical Biology, pretende estudar a enzima GenB2 a fim de fazê-la produzir um antibiótico que tenha menos efeitos adversos nos pacientes.
Esse estudo mostra que pesquisar sobre antibióticos que já existem é essencial para desenvolver medicamentos mais seguros e eficazes no futuro, além de ajudar a enfrentar uma crescente resistência bacteriana. Assim, também é possível criar tratamentos mais precisos para infecções que já não respondem a antibióticos tradicionais
Ana Bonasa
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