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Quantas cores tem na imagem? Veja a ciência por trás desta famosa polêmica

Quantas cores tem a imagem? Imagem: Reprodução/Twitter

De Tilt

06/12/2024 05h30

A internet adora uma polêmica sobre cores. Afinal quem não se lembra do tal vestido azul ou dourado de anos atrás? Outra dúvida famosa é sobre uma imagem com vários tons de roxo/lilás e a seguinte pergunta: "quantas cores você vê?", que viralizou há algum tempo.

O dono do post diz ter conseguido ver apenas três cores, enquanto outras pessoas que responderam a postagem falam em 11, 14 e até 17 cores. Tilt conseguiu achar 11, mas a gente não coloca a nossa mão no fogo na resposta. E você, quantas cores consegue identificar?

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A explicação por trás desse fenômeno não é simples. O que se sabe é que a nossa percepção sobre as nuances de uma cor passa por um conceito conhecido como inibição lateral.

Por que tem gente que vê mais nuances que outras?

Cores semelhantes de tons ligeiramente contrastantes se tornam, teoricamente, mais facilmente distinguíveis quando se tocam. É um efeito descrito pela primeira vez há cerca de um século e meio pelo físico austríaco Ernst Mach, segundo lembrou texto do site "ScienceAlert". Mach também é o cientista que emprestou seu nome à unidade que compara a velocidade de um objeto com a do som.

Ele também pesquisou ótica e acreditava que tinha algo estranho acontecendo dentro do nosso globo ocular, especificamente dentro do tecido fotossensível que forma a retina, quando éramos expostos a imagens de tons muito semelhantes.

Mach estava certo. Pesquisas futuras mostraram como é a mecânica por trás desse comportamento da nossa retina, dando a ela o nome de inibição lateral.

Funciona mais ou menos assim: a retina parece um pouco com a tela de um cinema, capturando a luz projetada pela pupila. Essa tela é coberta por receptores, alguns dos quais vão reagir com mais vigor quando a luz que incide sobre ele for mais forte, e enviar uma enxurrada de sinais ao cérebro.

Por isso a gente poderia supor que dois receptores que enviam sinais muito semelhantes ao cérebro teriam ambos estímulos traduzidos como se fossem uma cor de mesma tonalidade.

Mas o nosso cérebro é perspicaz. Assim, sempre que uma célula individual sensível à luz envia um sinal, ela diz a suas vizinhas imediatamente para "se calarem". É essa inibição que faz com que o nosso olho aumente efetivamente a diferença entre as tonalidades na "fronteira" entre uma cor e outra, fornecendo um sinal de limite claro para o seu cérebro captar.

Embora a inibição lateral explique por que muita gente consegue distinguir melhor tons semelhantes quando estão lado a lado, ela não explica bem por que alguns de nós não conseguem distinguir entre cores de brilho pouco contrastantes. Por isso, ainda é um mistério o fato de algumas pessoas enxergarem mais nuances de cores que outras.

Outras possíveis explicações

Há quem diga que o fenômeno tem origem nas percepções e construções mentais das cores para cada pessoa, além do contexto em que a imagem é observada.

Além disso, a questão pode ter conexão com os ritmos biológicos de cada um. Ou seja, pessoas com hábitos diurnos tenderiam a assumir que a luz vem de frente e a verem fenômenos mais coloridos; já pessoas noturnas, mais acostumadas à luz artificial, tenderiam a assumir que a luminosidade vem de trás. Tudo isso muda a forma com que enxergamos as cores e suas nuances.

*Com reportagem de fevereiro de 2021

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