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O que antes era barrado e agora pode aparecer no Instagram e no Facebook

Entrada na sede da Meta com o logotipo da empresa, em Mountains View, na Califórnia (EUA) Imagem: Peter Dasilva/Reuters

De Tilt*, em São Paulo

10/01/2025 05h30Atualizada em 10/01/2025 10h06

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, anunciou que vai mudar as políticas de conteúdo das suas plataformas com moderação de conteúdo Instagram, Facebook e Threads), juntamente com o fim do uso de checagem de fatos em publicações.

O executivo diz que a ideia é ter uma moderação concentrada em "reduzir erros" e "restaurar a liberdade de expressão". Neste primeiro momento, temas como imigração, gênero e identidade de gênero terão menos restrições. Como resultado, a empresa reescreveu sua política de "condutas de ódio" para os EUA e, consequentemente, para a página em português sobre o assunto.

O que agora vai poder e que antes não podia

Associar questões de gênero e identidade de gênero a anormalidade ou doenças mentais. A OMS (Organização Mundial da Saúde) retirou a homossexualidade da classificação internacional de doenças em 1990.

Permitimos alegações de doença mental ou anormalidade quando baseadas em gênero ou orientação sexual, considerando discursos políticos e religiosos sobre transgenerismo e homossexualidade, bem como o uso comum e não literal de termos como 'esquisito'
Definição na política de transparência da Meta

Ainda sobre gênero e imigração, a Meta diz permitir em contexto religioso e político que seja possível discutir a exclusão ou uso de insultos em temas como a "discussão de direitos para transgêneros, imigração ou homossexualidade". Grupo trans no Brasil acionou o MPF contra a Meta pelas mudanças.

Empresa apagou avisos sobre uso de palavrões direcionados a pessoas, em inglês, como "cunt" (vagabunda), "dick" (babaca) e "asshole" (idiota). Logo, é possível inferir que passa a ser permitido o uso desses termos. Outra exclusão realizada foi de "autoadmissão de intolerância" relacionado a racismo, homofobia e islamofobia. Portanto, uma possível interpretação é que seja possível dizer claramente nas plataformas que você tem essas crenças.

A Meta tem uma lista extensa de uso de linguagem desumanizante. Um item que foi removido na última versão diz respeito à proibição de comparar mulheres a itens de casa ou propriedade. Logo, na versão mais atualizada, é possível interpreta que pode ofender mulheres fazendo tais comparações.

Outra remoção é associar ofensas relacionadas à origem, etnia e gênero. O artigo dizia exclusivamente que era proibido dizer que a "China disseminou o coronavírus", Portanto, novas regras possibilitam esse tipo de caracterização dos chineses.

Referir-se a pessoas transgêneros usando o pronome "it". Antes era proibido, e na última versão do documento, a menção foi excluída. Em inglês, o pronome it (ele/ela) é usado para objetos ou animais, e, portanto, é uma forma desrespeitosa e se referir a uma pessoa.

Documento dizia que discurso de ódio pode "promover violência no mundo real". Agora, não há mais menção a isso.

Outras mudanças

Caso você goste de política, vai ter mais acesso a esse tipo de conteúdo. Segundo a Meta, desde 2021 eles passaram a reduzir o alcance desse tipo de publicação a pedido dos próprios usuários. Agora, quem gostar do tema, receberá posts sobre o tema. No Threads, por exemplo, haverá três configurações possíveis para conteúdos políticos: menos, padrão e mais.

Restrição "pesada" apenas para assuntos considerados muito sensíveis. A Meta informa que seus sistemas automatizados estarão concentrados em temas de alta gravidade, como terrorismo, exploração sexual de menores, drogas, fraudes e golpes.

Para assuntos menos graves, a Meta conta com a denúncia de usuários. "Para violações menos graves de nossas políticas, vamos confiar que as pessoas nos notifiquem, antes de tomar alguma atitude", diz o blog post da Meta sobre as mudanças.

*Com informações do Guardian e Wired

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