Meta assume erro e apaga vídeo de IA com Ronaldo promovendo jogo de azar
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Um vídeo falso do ex-jogador Ronaldo Nazário promovendo um jogo de azar, que prometia lucro aos jogadores, foi visto mais de 600 mil vezes em redes da Meta. Apesar de um usuário denunciar, arquivo só foi apagado após chegar ao Conselho de Supervisão da Meta. A empresa reconheceu o erro em não ter apagado.
O que aconteceu
Em setembro de 2024, uma pessoa postou um vídeo deepfake do ex-jogador Ronaldo promovendo o Plinko, um game de azar conhecido como "jogos das bolinhas". Alguém usou inteligência artificial para fazer Ronaldo falar sobre o jogo — o áudio não está sincronizado com a movimentação dos lábios, o que é um grande indicador de que é falso.
Vídeo mostrava ainda pessoas de diferentes profissões (motorista de ônibus, professor e vendedor) e prometia que jogar o game faria usuários terem um salário maior que o dessas ocupações. Havia ainda um link para um jogo, que não era o Plinko (que aparecia na imagem), mas do Bubble Shooter (um jogo de estratégia).
Usuário denunciou para a Meta e vídeo não saiu do ar. Ele classificou o vídeo como "golpe ou fraude", mesmo assim não houve a remoção.
Pessoa recorreu ao "Tribunal da Meta", empresa reavaliou e admitiu ter errado em não apagar. Em página sobre o caso, a Meta diz que proíbe conteúdo que 'tentem estabelecer uma identidade falsa ou fingir ser uma pessoa famosa visando aplicar golpes, ou fraudes."
E agora?
"Tribunal da Meta" vai receber sugestões e fazer uma recomendação formal à empresa sobre como lidar com esse tipo de situação. Relatório sobre o caso cita que o conselho vai avaliar, por exemplo, a efetividade da Meta em remover postagens em que pessoas se passam por figuras públicas no Brasil e outras regiões.
Outra hipótese é saber se houve alguma mudança significativa na moderação de conteúdo após anúncio de Zuckerberg. No início do ano, o CEO da Meta disse que acabaria com checagem de fatos nos EUA e relaxaria controles de moderação para "reduzir erros".
Após sugestão, a Meta pode aceitar total ou parcialmente a sugestão feita pelo Conselho. Em nota, a empresa diz que vai implementar o que for recomendado, assim que o grupo deliberar e tiver uma decisão sobre o assunto.
O que faz o "tribunal da Meta"
Gruo tem poder e independência para tomar decisões. Estabelecido em novembro de 2018, o Conselho de Supervisão da Meta analisa as ações da empresa de forma independente e decide tirar do ar ou restabelecer conteúdos do Facebook, Instagram ou do Threads — o WhatsApp não está incluído nas atribuições do "tribunal".
As decisões são tomadas com base nas políticas de uso da Meta e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Todas as recomendações feitas pelo conselho devem ser respondidas pela Meta publicamente em até 60 dias.
Para submeter uma reclamação ao "tribunal" da Meta, acesse oversightboard.com e clique em "enviar uma apelação". Os casos "polêmicos" chegam ao conselho a pedido de usuários, que recorrem de decisões anteriores, e casos de alto perfil (geralmente envolvendo pessoas famosas, tópicos sensíveis ou notícias importantes).
1 comentário
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Danilo de Oliveira Azevedo
Apagou somente por medo de um processo que poderia tomar do Ronaldo.