Apple não lidera: ranking mostra as marcas de celulares mais roubadas em SP
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A Apple não lidera o ranking das marcas de celulares com maior registro de roubos e furtos na cidade de São Paulo em 2024. O posto é ocupado pela marca sul-coreana Samsung.
A lista
A Samsung ocupa o topo da lista com 53.433 registros de aparelhos roubados ou furtados na capital no ano passado. Houve uma queda de 10% em relação a 2023, quando foram registrados 59.352 boletins de ocorrência de celulares da sul-coreana levados por criminosos na cidade, indicou o levantamento feito por Tilt, a partir de dados disponibilizados pela SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo).
A Apple aparece em segundo lugar no levantamento. Foram 46.777 registros de aparelhos da marca norte-americana roubados e furtados na cidade em 2024. Apesar de elevado, o número é 19,1% menor que o de 2023, quando foram levados 57.850 aparelhos.
Ao todo, 161.249 boletins de ocorrência de roubo ou furto de celulares foram registrados na capital paulista em 2024. Foram 92.424 registros de furto e 68.825 de roubo. O total de registros em 2024 caiu em comparação com o ano anterior, que foi de 176.930, uma queda de 9%.
O que ajuda a explicar a liderança? No mercado nacional, a Samsung conta com uma ampla gama de aparelhos disponíveis para a venda, com valores partindo de R$ 649 até os que ultrapassam R$ 10 mil. Já a Apple é conhecida por fazer celulares mais caros.
Queda nos registros pode significar subnotificação
Queda no número de aparelhos subtraídos não indica necessariamente a diminuição de crimes, diz especialista. Os dados divulgados pela SSP-SP representam apenas a queda nos registros de ocorrência, Segundo Guaracy Mingardi, associado sênior do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública).
Há chance de subnotificação, pois nem todas as ocorrências são registradas. "Quanto menos as vítimas confiam que o registro vai dar algum resultado, [como a recuperação do aparelho], menos elas fazem boletim de ocorrência", explicou o especialista a Tilt.
Celular é uma ótima forma dos criminosos ganharem dinheiro fácil, em comparação com o roubo e furto de cartões ou dinheiro, diz Mingardi. O especialista ressalta que, além da possibilidade de fazer transações bancárias, os ladrões também revendem os aparelhos por diversos preços, alguns deles por mais de R$ 1.000.
"Quanto mais caro o celular roubado ou furtado, melhor. Mas, muitas vezes, os ladrões pegam aparelhos sem qualidade." Para Mingardi, se o aparelho subtraído for muito caro ou se tiver seguro, a chance de a vítima fazer o boletim de ocorrência é maior porque as empresas de seguro exigem o registro de ocorrência para devolução do valor ou fornecimento de um novo aparelho.
Celulares roubados e furtados têm destinos diferentes. Eles podem ser levados para fora do país, serem formatados e revendidos, enquanto outros acabam desmontados e tendo as peças revendidas no comércio ilegal. Para este último caso, Mingardi citou o exemplo de assistências técnicas não autorizadas que trocam as telas de celulares e cobram mais barato que uma representante oficial do fabricante. O custo menor pode ser em razão do uso de peças decorrentes de crimes, explicou.
SSP-SP fala em redução nos roubos e furtos
A SSP-SP disse que as forças de segurança têm tomado iniciativas para o combate a esses crimes e a receptação dos aparelhos. Entre elas, a Operação Mobile que apreendeu 54.990 aparelhos na capital, e devolveu 35.477 aos proprietários. A ação levou à prisão de 379 suspeitos.
Secretaria também destacou que a Polícia Civil trabalha para identificar as quadrilhas de receptadores. Em nota à reportagem, a pasta citou a prisão do dono de uma loja de assistência técnica especializada que estava com 16 celulares com queixa de roubo em um centro comercial. No local, também foram apreendidos outros 315 aparelhos para consulta de procedência, além de peças de celulares desmanchados, computadores e tablets.
Foram recuperados mais de oito mil celulares sem origem comprovada na capital em janeiro, segundo a SSP-SP. "A Operação Big Mobile levou ao fechamento de comércios que vendiam aparelhos com indícios de furto ou roubo. Equipes de todo o Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital) realizaram ações para identificar os pontos de comercialização de celulares sem procedência."
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