Tíquete para Apple driblar tarifas de Trump fica US$ 150 bi mais caro
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(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: 'Última Prova da Humanidade'; Apple e os bilhões para agradar Trump; Apple e Google no alvo do Brasil; 'IA que pensa')
Dessa vez, não foi o iPhone que fez as atenções se voltarem para a Apple. A companhia anunciou que investirá US$ 500 bilhões só nos Estados Unidos. O valor é um aceno ao governo norte-americano, mas indica que a empresa repete a mesma estratégia usada para driblar o "tarifômetro de Donald Trump" e evitar que as taxas aplicadas à China impactassem a importação de seus relógios inteligentes.
Em 2018, a empresa da maçã anunciou investimento de US$ 350 bilhões ao longo de cinco anos e a criação de 20 mil empregos. O afago à primeira gestão Trump deu certo.
Agora, Trump anunciou 10% de tarifa para a China e parece que o valor que a Apple está investindo para dar uma contrapartida para obter uma exceção subiu em pelo menos US$ 150 bilhões. Ficou muito mais caro conseguir driblar as doideiras e loucuras do Trump
Helton Simões Gomes
A Apple tem a desafiadora missão de competir na corrida da inteligência artificial com fortes concorrentes internos.
A gente sabe que o Google desenvolve muita coisa para celular em termos de inteligência artificial. Ele é um player muito grande porque tem o Android, que está em todos os outros celulares que não tem iOS, e a Apple quer mostrar que está em pé de igualdade para bater essas outras iniciativas.E o mercado americano é muito importante para isso
Helton Simões Gomes
Apple Intelligence, datacenters e mais
Ficou famosa uma fotografia que captou diversos figurões da tecnologia prestigiando a posse do novo presidente dos EUA. Tim Cook, CEO da Apple, não estava nela. Isso não quer dizer que tenha deixado de ir ao evento.
Apesar de não estar naquela foto, ele se encontrou recentemente com o Donald Trump para discutir maneiras de a Apple ser mais americana de novo
Helton Simões Gomes
Coincidência ou não, o investimento da Apple ocorreu dias depois. Para se ter uma ideia da ordem de grandeza, a empresa promete investir só nos EUA o equivalente a um quarto do PIB brasileiro, ou seja, US$ 2,95 trilhões, nos próximos quatro anos.
Não é investir em qualquer área. É investir em áreas que são interessantes para a Apple, mas que também são muito relevantes para os EUA nessa grande corrida pela supremacia tecnológica e de inteligência artificial
Helton Simões Gomes
Com o dinheiro, a empresa prometeu abrir um novo datacenter no Texas - que pode ser lido como mais um aceno ao Trump -, construir uma fábrica de servidores para o Apple Intelligence em Houston e criar 20 mil empregos.
Além disso, vai abrir uma Apple Academy, espaço onde as pessoas vão para treinar como lidar com servidores ligados à IA. O investimento também envolve uma área de pesquisa e desenvolvimento em semicondutores.
O caminho da Apple na IA
Ao falar em criar postos de trabalho, a Apple vai na contramão das outras gigantes do setor, que estão promovendo corte de pessoal para focar em áreas relacionadas à inteligência artificial.
Outro movimento da empresa liderada por Tim Cook é abrir mão da disputa com outras empresas e formular parcerias com elas.
Nos EUA, se uniu à OpenAI para ter o ChatGPT no Apple Intelligence e mantém conversas com o Google para levar o Gemini aos iPhones. Na China, a empresa fechou com a gigante chinesa Alibaba para a versão chinesa de seu sistema de inteligência artificial.
Não é coincidência que esse anúncio tenha saído alguns dias depois de a Apple ter apertado a mão do Alibaba para fazer o apple intelligence funcionar na China. A Apple está fazendo um morde e assopra
O que a gente tem que ficar de olho daqui para frente é se esses investimentos vão se concretizar e quais vão ser os parceiros da Apple nessa brincadeira. Já tem uma discussão de que a Apple vai dobrar a grana que ela manda para TSMC, aquela fábrica de chips de Taiwan. E quando a gente fala de Taiwan, fala de China e de todo interesse geopolítico que os EUA têm nessa área e pode dar algum problema caso alguém dê um passo mais acelerado nessa discussão
Helton Simões Gomes
Apesar de o investimento bilionário ser direcionado a inúmeras frentes de interesse de Trump, a empresa ainda não conseguiu atingir em cheio o coração do presidente norte-americano, que espera que ela acabe com as fábricas da Apple no México. A empresa, porém, depende delas para manter suas operações em nível global.
'Última Prova da Humanidade': por que teste 'impossível' foi criado para IA
Volta e meia notícias relatam como uma inteligência artificial superou a capacidade humana em algum teste. Essas avaliações, porém, estão com os dias contados, porque já não conseguem mensurar o avanço dessas ferramentas, cada vez mais poderosas.
No novo episódio de Deu Tilt, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes contam como cientistas contornaram esse gargalo que está para acontecer. Mais de mil deles, vindos de 500 instituições ao redor do mundo, se uniram para criar a "Última Prova da Humanidade", um teste impossível de tão difícil.
Perguntas muito difíceis, muito sofisticadas mesmo. Se a IA passar nisso aqui, quer dizer que não temos mais conhecimentos para testar essa inteligência artificial, do ponto de vista de conteúdo
Diogo Cortiz
Apple e Google na mira: batalha inaugural da regulação das redes tem 'arma importada'
Você pode até não ter percebido, mas começou. O governo brasileiro deu a largada para regular as redes sociais e plataformas digitais.
Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes explicam que a batalha inaugural tem Apple e Google na mira. Sob investigação, estão plataformas para lá de conhecidas do brasileiro: App Store, Google Play e Android. Engajado na disputa, o Brasil vem trabalhando para ter em campo uma "arma importada". A dupla conta o que ela faz, de onde veio e quais são as consequências.
É o fim da 'IA com esteróide'? 'Robô que pensa' muda o jogo da tecnologia
Os modelos de IA capazes de refletir ou raciocinar já não são exclusividade da OpenAI.
Essas ferramentas são um avanço em relação à versão tradicional do ChatGPT.
Além disso, elas mudam o jogo da tecnologia, pois exigem uma capacidade de processamento em um momento completamente diferente da execução de uma tarefa.
E isso altera os paradigmas com que a indústria se acostumou a lidar.
DEU TILT
Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.