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iOS é mais seguro que Android? Como surgiu 1º vírus "rouba-senha" no iPhone

Colunista de Tilt e Colaboração para Tilt

26/03/2025 05h30

Donos de iPhones ficaram alarmados quando um vírus "rouba-senha" foi detectado pela primeira vez na loja de aplicativos para smartphones da Apple.

Identificado em fevereiro pela empresa russa Kaspersky, o malware SparkCat vasculha a galeria de fotos dos usuários em busca de capturas de tela que contenham dados sensíveis.

Você pode ir melhorando a maturidade do software com o tempo, mas não existe software perfeito porque ele é escrito por seres humanos
Jeferson Propheta, vice-presidente da CrowdStrike para sul da América Latina

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O executivo da empresa, uma das líderes em cibersegurança no mundo, explica haver duas principais suspeitas para a origem do "1º vírus do iPhone":

  • infecção externa: a primeira delas indica que os desenvolvedores do software infectado usou sem saber uma biblioteca de códigos contaminada previamente
  • infecção cruzada: a segunda suspeita é de um ataque de cadeia de suprimento, quando um atacante mira produtos e serviços que serão utilizados pelo alvo que ele quer infectar; nesse cenário, o código infectado atua como pivô.

Ainda que seja difícil de detectar, o 'SparkCat' foi localizado em aplicativos das áreas mais diversas, do delivery aos assistentes de inteligência artificial.

Propheta explica que o SparkCat estava buscando por frases mnemônicas, aquelas usadas para gravar conceitos. Como esse é o jeito com que são criadas as chaves de recuperação para carteiras de criptomoedas, a suspeita é que o malware pretendia roubar os ativos presentes em casas de bitcoin e de outras moedas digitais.

É um costume muito comum e errado. As pessoas, quando vão criar chaves mnemônicas para o caso de recuperação de senhas, printam a tela e salvam na galeria
Jeferson Propheta

Uma vez que o usuário instala o aplicativo infectado, o SparkCat solicita acesso às fotos da galeria do iPhone. Em seguida, analisa o texto nas imagens armazenadas usando um "módulo de reconhecimento óptico de caracteres", conhecido como OCR, na sigla em inglês. Se detectar palavras-chave que indiquem logins, senhas e dados financeiros, envia a imagem aos invasores.

Programas maliciosos com essas características já foram detectados em sistemas Android e Windows. O que chamou a atenção foi a chegada ao iOS, da Apple, encarada como impenetrável.

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A Apple conseguiu historicamente manter um sistema fechado e isso fez com que o escrutínio do software que vai entrar no sistema operacional da Apple fique melhor. E a qualidade do software que você escreve é melhor, porque quem veta é o próprio fabricante, que é a Apple
Jeferson Propheta

Diferentemente do Android, que acaba sendo mais suscetível a esse tipo de malware por sua característica mais aberta.

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Jeferson Propheta

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