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Tablet Surface da Microsoft não ameaça o iPad, dizem analistas

Steve Ballmer, diretor-executivo da Microsoft, segura tablet Surface durante evento da companhia nos Estados Unidos - AP Photo/Damian Dovarganes
Steve Ballmer, diretor-executivo da Microsoft, segura tablet Surface durante evento da companhia nos Estados Unidos Imagem: AP Photo/Damian Dovarganes

Vidya P L Nathan

Em Bangalore

19/06/2012 13h03

Os novos tablets da Microsoft não representam uma ameaça para o iPad, da Apple, visto o pouco entusiasmo entre programadores para criar aplicativos para o novo sistema operacional Windows, disseram analistas.

A Microsoft apresentou sua linha de tablets "Surface" na segunda-feira, criando concorrência não apenas para a Apple, mas também para seus parceiros fabricantes de hardware, como Samsung Electronics e Hewlett-Packard.

"Ainda que os detalhes de preço não estejam claros..., a Microsoft terá de vender por preço muito inferior ao do iPad se deseja ser competitiva", disse Peter Misek, analista da Jefferies.

O tablet Surface terá duas versões, uma acionada pelo Windows RT e baseada na arquitetura de chips usada na maioria dos demais tablets, e a outra, de melhor desempenho, usando o Windows Pro 8.

"O fator mais importante para o sucesso de um tablet é o ecossistema. Com base em nossas discussões com programadores, consideramos que a falta de entusiasmo da parte deles é preocupante", disse Misek.

Ele estima problemas para os tablets Windows 8 na concorrência com o iPad, que oferece mais de 225 mil aplicativos, e, em menor dimensão, também diante dos tablets acionados pelo Google Android, como o Galaxy Tab, da Samsung.

A versão menor e mais leve do Microsoft Surface pretende concorrer diretamente com o iPad, e a segunda, mais pesada, tem como alvo a nova geração de notebooks de baixo peso, o que colocaria a empresa em concorrência com grandes fabricantes de computadores pessoais.

Mas vender duas versões do tablet nos mesmos canais de varejo confundirá os consumidores, segundo analistas da Jefferies, Forrester Research e ThinkEquity.

"Escolha é um princípio chave do Windows, mas escolha demais incomoda os consumidores", afirmou a Forrester Research. "A Apple compreende o fato e limita as opções quanto ao iPad a conectividade, memória e... preto ou branco".

Mas alguns analistas acreditam que o uso de um teclado embutido na cobertura do aparelho, e uma política agressiva de preço, podem ajudar a Microsoft a ganhar mercado.

"O teclado, um acessório simples, é o que torna o aparelho mais atraente, porque preserva uma interface tradicional que, em nossa opinião, muitos usuários apreciam integrada à sutileza de uma cobertura protetora, algo que a maior parte dos usuários vai desejar", disse Walter Pritchard, analista do Citi.