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Aliança com Microsoft e venda de rede são as opções da RIM

Nadia Damouni

Em Nova York

29/06/2012 11h17

O Conselho da Research In Motion está sob forte pressão para considerar opções desagradáveis como a venda de seu negócio de rede ou uma aliança com a Microsoft após a fabricante do BlackBerry atrasar novamente o lançamento de smartphones da próxima geração, disseram três fontes familiares com a situação.

As ações da empresa canadense, que anunciou perdas operacionais acima do esperado no trimestre na quinta-feira, caíram 18 por cento nas negociações estendidas, diminuindo seu valor de mercado para 4,1 bilhões de dólares. O papel caiu cerca de 70 por cento no ano passado.

A RIM disse que o lançamento dos dispositivos Blackberry 10 foi adiado para início de 2013, um atraso de mais de um ano em relação ao prazo inicial prometido, porque o desenvolvimento do seu novo sistema operacional mostrou "consumir mais tempo que o previsto".

O presidente-executivo da RIM, Thorsten Heins -que substituiu os executivos Mike Lazaridis e Jim Balsillie em janeiro- iniciou uma estratégia de revisão em março que procura ligar a prosperidade da empresa com o sucesso do novo sistema operacional.

Mas o último revés aumentou a pressão sobre o conselho da RIM para explorar mais seriamente outras opções, incluindo medidas que equivaleriam a uma admissão de que sua estratégia é insustentável, disseram as fontes, que não quiseram ser identificadas.

Uma das opções seria que a RIM abandonasse seu sistema operacional próprio e adotasse o Windows 8, que ainda será lançado pela Microsoft. O presidente-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, abordou a RIM logo após a saída de Balsillie, buscando uma parceria similar com a que já possui com a Nokia Oyj, disseram as fontes.

Nesse cenário, a RIM também poderia considerar que a Microsoft comprasse uma participação na empresa e financiar despesas com publicidade e outras, disseram as fontes. Porém, essa opção não é atrativa para a RIM, porque acabaria com a independência da empresa.

A Microsoft também estaria interessada nas patentes wireless da RIM, disseram as fontes.

Outra opção para a RIM seria a venda de suas redes para uma empresa de private equity ou de tecnologia. O comprador poderia então abrir centros operacionais da RIM para outras provedoras de smartphones, permitindo que elas também oferecessem e-mails e outros serviços altamente seguros para empresas e agências de governo, disseram as fontes.

Porém, nesse cenário, os dispositivos da RIM não teriam futuro, disseram as fontes ao acrescentar que as empresas de private equity têm considerado formas de como separar o negócio de hardware do negócio de rede.

RIM e Microsoft não quiseram comentar.