Topo

Canadá não diz se permitirá aquisição estrangeira da RIM

Randall Palmer e Alastair Sharp

Em Ottawa (Canadá)

29/06/2012 15h30

A Research In Motion, fabricante do BlackBerry que se encontra em dificuldades, é importante para o Canadá e para o mundo, disse o ministro das Finanças canadense, Jim Flaherty, nesta sexta-feira, mas ele não se pronunciou sobre se o governo permitiria uma aquisição estrangeira da empresa.

"Se houvesse uma proposta pela RIM ou por parte da RIM da parte de algum país que não o Canadá, essa seria uma questão que o ministro da Indústria avaliaria, caso ela se enquadre nos termos do Investment Canada Act. Mas eu não vou especular porque não há, pelo menos que eu saiba, nenhuma proposta atualmente", disse Flaherty a jornalistas.

O Investment Canada Act exige que o governo aprove qualquer aquisição estrangeira no valor de 330 milhões de dólares canadenses (324 milhões de dólares) ou mais. Qualquer transação envolvendo a RIM muito provavelmente se enquadraria nessa faixa de valor.

Flaherty falava numa conference call da Irlanda um dia após a RIM chocar os mercados ao anunciar que adiará o lançamento da nova geração de smartphones BlackBerry, além de um prejuízo maior do que o esperado e extensos cortes de postos de trabalho.

O analista Peter Misek, do Jefferies, em Nova York, disse que a RIM prejudicou indelevelmente o setor tecnológico do Canadá ao chegar ao ponto em que está hoje.

"Eles eram campeões e hoje são párias", disse Misek, adicionando que o futuro do Canadá deve ser de inovação e tecnologia.

Misek disse, entretanto, que não acha que Ottawa deve comprar a RIM ou se envolver diretamente.

O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, disse à Reuters em fevereiro que queria que a RIM crescesse como uma "empresa canadense". Ele disse que aquisições de tecnologia crítica na qual o governo investiu ou aquisições hostis de importantes negócios canadenses não condizem com os interesses do país.