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Perspectivas da RIM pioram após lançamento ser adiado, dizem analistas

Sagarika Jaisinghani

29/06/2012 10h01

A Research In Motion pode ficar sem reservas de caixa e quebrar mesmo com o lançamento da novo BlackBerry, adiada para o começo do próximo ano, afirmaram analistas de Wall Street.

Pelo menos dez corretoras reduziram o preço-alvo das ações da fabricante, algumas em até 50 por cento, um dia após ela ter divulgado resultados trimestrais inferiores aos esperados e adiado do fim deste ano para o começo de 2013 o lançamento da nova geração de aparelhos.

As ações da RIM chegaram a cair 16 por cento na pré-abertura da Nasdaq.

"Se a RIM continuar a ser administrada como está sendo, pode quebrar", afirmou a Nomura Equity Research.

"Não achamos que a RIM consigará se recuperar financeiramente, mesmo com o lançamento do BlackBerry 10 no ano que vem", afirmou a corretora em nota a clientes, prevendo que a RIM acabará até 2020, como resultado de um declínio gradual.

"Diante da queima de reservas de caixa, o BlackBerry 10 precisa chegar o mais rápido possível", afirmou o Barclays em nota a clientes.

Os analistas do Citi Investment Research e do Jefferies reduziram o preço-alvo das ações da RIM nos Estados Unidos para 5 dólares, queda de 45 por cento ante o fechamento na quinta-feira.

"Acreditamos que a situação continuará a piorar e que a RIM terá que levantar capital dentro de dois anos, o que implica que, se estivermos certos, com o tempo o valor da companhia continuará a cair", afirmaram os analistas do Citi.

A RIM demitirá 5 mil funcionários, quase 30 por cento do total, para cortar custos, mas alguns analistas ressaltaram que isso implicará em custo adicional no curto prazo.

O Citi acha que a empresa deveria estar contratando, e não demitindo, para cumprir os cronogramas de lançamento. "Com essas grandes demissões, será difícil reter e motivar funcionários para o desenvolvimento de produtos", afirmou.

Com uma carteira fraca de produtos e o atraso no lançamento, a RIM enfrenta pressão por vendas e uma queda no preço médio de seus aparelhos, disse o Credit Suisse, que reduziu o preço-alvo de 11 para 7 dólares.