Topo

Facebook lança Internet.org em meio a debate sobre neutralidade da rede na Índia

Funcionário do Facebook em Menlo Park, na Califórnia, exibe trabalho de arte com logotipo da empresa. A ideia de fazê-lo em vários níveis é para passar a impressão de que o logo é 3D - Divulgação/Matt Harnack/Facebook
Funcionário do Facebook em Menlo Park, na Califórnia, exibe trabalho de arte com logotipo da empresa. A ideia de fazê-lo em vários níveis é para passar a impressão de que o logo é 3D Imagem: Divulgação/Matt Harnack/Facebook

Aman Shah e Nivedita Bhattacharjee

Em Bombain

04/05/2015 09h34Atualizada em 18/07/2020 14h55

O Facebook lançou sua plataforma Internet.org para novos websites e aplicativos de desenvolvedores nesta segunda-feira, uma medida que, segundo a gigante de mídia social, vai impulsionar esforços para conectar pessoas em áreas rurais e de baixa renda em mercados emergentes.

No entanto, a decisão atraiu críticas de alguns ativistas online na Índia, que expressaram preocupações quanto ao controle do Facebook sobre todos os dados acessados no serviço e disseram que isso viola os princípios de uma Web aberta.

A Internet.org oferece acesso gratuito via telefones móveis a serviços limitados na Web, com foco em listas de empregos, informações agrícolas, saúde e educação, além dos serviços de mensagem do próprio Facebook.

A iniciativa foi lançada em nove países na África, América Latina e Ásia, incluindo a Índia, conectando mais de 8 milhões de pessoas à Internet, disse o vice-presidente de produto da Internet.org, Chris Daniels, que foi a Nova Delhi falar com parceiros e operadores.

A plataforma está aberta a todos os desenvolvedores que atenderem certas diretrizes, incluindo a de que criem conteúdo que possa ser explorado tanto em celulares básicos quanto em smartphones e sejam acessíveis mesmo por banda larga limitada, disse o Facebook.

O Facebook fez uma parceria com a Reliance Communications para lançar o Internet.org na Índia em fevereiro.

No entanto, várias empresas de comércio eletrônico e desenvolvedores de conteúdo saíram do serviço após ativistas alegarem que ele viola princípios de neutralidade da rede — o conceito segundo o qual todos os websites na rede devem ser tratados da mesma maneira.

Nikhil Pahwa, voluntário do grupo de campanha pró-neutralidade de rede savetheinternet.in, disse que o serviço causará uma mudança permanente na maneira como a Internet funciona.

"Demos ligações gratuitas ilimitadas para as pessoas? Então qual o motivo dessa abordagem quase paternalista com a Internet?Você deixa outras companhias e o uso mais amplo da Web em desvantagem", disse Pahwa, que também é fundador do Medianama.com, uma publicação de mídia digital.

Internet.org no Brasil

Em abril, Mark Zuckerberg, diretor-executivo do Facebook, anunciou ao lado de Dilma Rousseff, presidente do Brasil, uma parceria para ampliar o acesso gratuito à internet em áreas remotas do país e para populações de baixa renda.

Após o anúncio, alguns especialistas apontaram que a iniciativa poderia ir contra a neutralidade de rede. Outros defenderam que a iniciativa da rede social quer fornecer conexão e que não está prevista a redução de velocidade do acesso a sites que não sejam o Facebook